Rússia quer mandar macacos para colonizar Marte; veja histórico de animais no espaço
Em 1948, cientistas norte-americanos aprisionaram um macaco rhesus, Albert, em um foguete militar para testar o que aconteceria com ele no espaço. Antes mesmo de a nave decolar, Albert morreu sufocado porque a cápsula era pequena demais para abrigar um primata.
Logo após, vieram Albert 2, 3, e 4. Todos morreram durante os voos ou com o impacto da queda, que era amortizada com pára-quedas. A intenção era preparar os veículos para acomodarem pessoas, e, na década de 1960, com conhecimento obtido às custas de animais, os primeiros seres humanos foram enviados para o espaço. Ao contrário dos símios, eles voltaram com vida.
Agora, 67 anos depois de Albert, os russos querem voltar a usar macacos na corrida espacial. A intenção, porém, não é usá-los para teste de resistência, e sim treinar os macacos para formarem uma tripulação inteligente em uma missão espacial sem volta para Marte.
Segundo a revista "Smithsonian", a agência espacial Roscosmos está treinando quatro macacos para que eles aprendam a operar controles e resolver problemas matemáticos simples. A ideia é enviá-los à Marte em 2017 —segundo um colunista do "The Moscow Times", porém, é improvável que a missão seja aprovada pelos políticos russos.
Os animais passam três horas por dia em treinamento para que sejam "inteligentes o suficiente para explorarem o espaço além de nossa órbita", segundo afirmou a treinadora Inessa Kozlovskaya para o "Daily Mail".
Veja na galeria abaixo outros animais que fizeram parte de missões espaciais.
Os quatro macacos sendo treinados pela Rússia estão longe de serem os primeiros macacos astronautas do país. Os russos começaram suas experiências com símios em 1983, no programa de satélites Bion, realizado em conjunto com os Estados Unidos.
Em 2013, a última missão do projeto Bion levou ao espaço 45 ratos, 18 gerbis, 15 lagartos e diversos caramujos, peixes e micro-organismos, mas não usou nenhum macaco.
Antes disso, a Rússia já tinha enviado cachorros, como a famosa Laika, em 1957. Nessa época, a taxa de mortalidade entre mamíferos no espaço ainda era muito alta. Foi apenas em 1959 que os primeiros animais voltaram com vida, entre eles, cães russos e macacos norte-americanos.
Apesar de críticas de organizações em defesa dos animais, a NASA ainda defende a prática. "Peixes podem nadar em microgravidade? Abelhas fazem mel no espaço? Formigas conseguem sobreviver na Estação Espacial? Essas são só algumas das perguntas que os cientistas esperam responder mandando animais para o espaço", diz um texto no site da organização.
Já o último macaco astronauta não foi russo, e sim iraniano. O país diz ter enviado dois macacos com sucesso para o espaço nos últimos dois anos, relato que levantou suspeitas entre astrônomos de outros países, segundo a BBC.
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