Cristo 'sexy' de cartaz da Semana Santa gera polêmica na Espanha
'Meu Cristo é do século 21', se defende artista, que usou o próprio filho como modelo para o quadro
Um cartaz feito pelo artista Salustiano García sob encomenda para as celebrações da Semana Santa gerou polêmica na cidade de Sevilha, na Espanha. O retrato traz um Cristo "sexy" --com olhos levemente puxados, lábios volumosos e bochechas rosadas, no melhor estilo "filtro do Tiktok".
Nas palavras do próprio artista, ele procurou retratar um Cristo "jovem e belo". O Cristo do quadro tem pele branca, cabelo liso e corpo mais musculoso do que costuma ter em suas representações. Ele também traz as potências na cabeça e as chagas nas mãos, simbolizando sua ressurreição.
O Conselho Geral de Irmandades e Confrades de Sevilha, que encomendou a obra, compartilhou a imagem no X (Twitter) no último sábado (26), causando alvoroço.
A obra de García foi acusada de retratar um cristo "queer" ou afeminado. "Me salve, Cristo 'twink' de Sevilha", brincou um usuário da rede social. A gíria "twink" é usada para descrever homens gays magros e pequenos.
"Esse cartaz da Semana Santa de Sevilha gerou polêmica porque dizem que é um Cristo afeminado e que isso seria falta de respeito", escreveu outra usuária da rede.
Outros internautas lembraram que não é a primeira vez que Jesus Cristo é representado de forma sexy ou afeminada. "Vocês são um bando de iletrados em história da arte", escreveu uma usuária do Twitter, comparando a obra atual com a escultura "Cristo Ressuscitado", de Jerónimo Hernández, de 1582.
O jornalista mexicano José Morales chamou a obra de "Cristo LGBT de Sevilha". "Parem com isso", escreveu.
Em entrevista ao "El País", o pintor afirmou que procurou retratar um Cristo "jovem como metáfora de pureza e belo porque beleza e bondade são a mesma coisa", descreveu. "Não consigo entender nem assimilar essa controvérsia, pintei o quadro com respeito e me surpreendi com toda a revolta", disse o artista.
García também revelou ter usado o próprio filho como modelo para pintar o Cristo. "Meu quadro celebra a parte luminosa da Semana Santa", se defende o artista. "Meu Cristo é meu e do século 21".
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