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Tiktoker recupera capivara Filó depois de liminar da Justiça

Juiz ordenou que influencer fique com guarda provisória do animal

Influenciador Agenor Tupinambá reencontra capivara Filó, que tinha sido apreendida pelo Ibama
Influenciador Agenor Tupinambá reencontra capivara Filó, que tinha sido apreendida pelo Ibama - Reprodução/Instagram
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São Paulo

A capivara Filó foi devolvida neste domingo (30) ao influenciador e tiktoker Agenor Tupinambá, que precisou entregar a roedora ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) depois de ser notificado pelo órgão ambiental. Ele também recebeu multas no valor de R$ 17 mil.

O juiz de plantão Márcio André Lopes Cavalcante, da 9ª Vara Cível da Justiça Federal do Amazonas, determinou em uma liminar na madrugada deste domingo que o influenciador ficasse com a guarda provisória do bicho.

O magistrado disse que o argumento usado pelo Ibama de que animal silvestre era criado como bicho de estimação "é fruto de um profundo desconhecimento da realidade do interior do Amazonas e de um choque cultural".

O juiz afirmou que Tupinambá vive em simbiose com a floresta e os animais: "Percebe-se, portanto, que não é a Filó que mora na casa de Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos da Amazônia".

Desde o sábado (29), populares se reuniam em frente ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Manaus, pedindo que o bicho fosse liberado.

O reencontro com Filó foi postado nos stories da deputada estadual Joana Darc (União Brasil-AM), que acompanha o caso em defesa do influenciador. Diante da multa do Ibama, Tupinambá chegou a realizar uma vaquinha online para pagar o valor. Ele conseguiu reunir mais de R$ 80 mil.

Em uma série de postagens no Twitter, o Ibama diz que autuou Tupinambá por vários crimes ambientais, que incluiriam a morte de uma preguiça real, o abuso contra a capivara e o fato de manter tanto Filó quanto um papagaio em cativeiro.

Em uma nota ao UOL, o Ibama disse também que é crime manter animais silvestres irregularmente e que a exposição deles em redes sociais "estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira".

"Por mais que se acredite estar ajudando um animal silvestre, dando comida e abrigo, é importante entender que essa atitude pode prejudicá-lo, pois reduz sua capacidade de sobrevivência na natureza. Animais silvestres também podem transmitir doenças graves para os humanos", diz a nota do órgão.

Além das multas, Tupinambá foi notificado para apagar os vídeos de suas redes.

O influenciador vive em Autazes, no Amazonas, e tem quase 2 milhões de seguidores no Instagram e no Tiktok. Ele viralizou mostrando seu dia a dia com a capivara.

"Queria mostrar um pouco da rotina e da cultura dos ribeirinhos, e o pessoal não fazia ideia de como é morar em um flutuante em cima do rio", disse ele em entrevista ao F5 em fevereiro. "Eu mostro que a gente pode ser muito feliz com pouco, só precisamos aproveitar as oportunidades e sempre respeitar a natureza".

Agenor contou que Filó foi um presente de seu primo, que a resgatou de um momento tenso. "A história dela é triste. Os índios caçam ali na região para se alimentar e acabaram atingindo a mãe dela. Por não saberem que ela estava grávida, a Filó acabou nascendo forçada. Ela sobreviveu e os índios a entregaram ao meu primo, que me presenteou depois."

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