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Laptop com vírus é vendido como obra de arte por R$ 5,2 milhões

Memória do noteboook tem vírus de 2000 a 2015

Laptop com seis poderosos vírus e denominado de 'A Persistência do Caos' foi vendido por mais de US$ 1,3 milhão
Laptop com seis poderosos vírus e denominado de 'A Persistência do Caos' foi vendido por mais de US$ 1,3 milhão - AFP/Arquivos
 
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Washington

Para o artista chinês Guo O Dong, o laptop preto Samsung, carregado com seis poderosos vírus, representa uma das ameaças mais assustadoras que ele pode conceber. Nesta terça-feira (28), sua criação, intitulada "A Persistência do Caos", sacudiu o mundo da arte, ao ser arrematada por mais de US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões) em um leilão online em Nova York.

Aparentemente, não há nada de especial neste Netbook de 10 polegadas, equipado com um desatualizado sistema Windows XP. Mas sua memória carrega o equivalente no mundo da computação às doenças infecciosas mais letais: os vírus "I LOVE YOU", de 2000; "Sobig", de 2003; "MyDoom" (2004), "DarkTequila" (2013), "BlackEnergy" (2015), e o mais conhecido de todos, o "WannaCry", um software malicioso lançado dois anos atrás.

Trata-se de um símbolo poderoso da ameaça que um mero laptop pode representar para o mundo todo. Os seis cavalos de troia, worms e malwares que ele carrega causaram prejuízos de pelo menos US$ 95 bilhões (R$ 382,5 bilhões) ao redor do mundo, segundo Guo.

Guo é um artista da Internet, "cujo trabalho critica a cultura moderna extremamente conectada", informou o site que realizou o leilão, organizado pelo grupo de cibersegurança Deep Instinct.

O computador, visto por streaming de vídeo, é inofensivo em sua apresentação para a venda - ligado, mas não conectado a qualquer rede ou à Internet. O site responsável pelo leilão informou que é "airgapped", ou seja, suas conexões sem-fio e de Internet são feitas física e eletronicamente.

Mas ele vem com um alerta para que o comprador não ative seus programas patogênicos, o que seria possível desbloqueando sua conexão de hardware ou simplesmente usando um dispositivo USB. O site reforça que a obra de arte é apenas para uso de pesquisa e que todos que fizeram lances afirmaram, em contrato, "não ter a intenção de disseminar qualquer malware". 

Ao mesmo tempo, o site parece admitir que o comprador pode não ter dado atenção ao acordo. "Por favor, lembre-se de que estas são amostras ativas e perigosas de malware", reforçou. "Rodá-las de forma não restrita significa que você irá infectar a si e aos demais com malware malicioso e perigoso", acrescentou. O comprador não foi identificado.

AFP
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