Poluição nos mares já é grave, mas todos podem fazer sua parte; saiba como você pode ajudar
Dados indicam que até 2050 pode haver mais plástico que peixes
Alarmadas por cenas de animais marinhos enrolados em lixo, celebridades como o ator Victor Fasano e a modelo Gisele Bündchen têm feito campanhas para reduzir o uso do plástico no dia a dia. Especialistas contam que o problema é realmente grave, mas há meios de contribuir para a solução dessa crise.
E não é só quem vive na praia que deve se preocupar com isso, já que o lixo deixado na rua vai para o esgoto, que acaba no mar. "Todo plástico que consumimos –no litoral ou no interior– pode parar no oceano. Anualmente, cerca de 2,5 milhões de toneladas de plástico vão para o mar por meio dos rios. Tudo está conectado”, diz Marina Marcucci, coordenadora do projeto Menos 1 Lixo.
O esforço precisa ser de todos, afirma Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP (Universidade de São Paulo). “É uma discussão que passa pela ampliação do sistema de coleta de lixo e de reciclagem, além da melhora do tratamento de esgoto.”
Para Silvia Rolim, assessora técnica da Plastivida, todos podem contribuir. “Atitudes pequenas fazem diferença. Se não houver como dispensar o canudo para tomar água de coco, tenha a certeza de que ele será reciclado, deixando-o na lixeira correta, e não na areia.”
POR QUE O PLÁSTICO PREOCUPA?
>> Se o consumo e o descarte irregular de lixo continuarem no mesmo ritmo de hoje, até 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos, segundo dados divulgados pelo Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2016
>> Existem 192 países costeiros e 20 deles são responsáveis por 83% da poluição dos oceanos por plástico. O Brasil é o 16º, e os países asiáticos estão no topo da lista
>> Estima-se que hoje existam 150 toneladas de plástico nos oceanos
>> Entre 4,8 milhões e 12,7 milhões de toneladas de resíduos plásticos terrestres acabam nos oceanos todo ano, o equivalente a um caminhão de lixo por minuto
>> 90% dos detritos encontrados nos oceanos são plásticos
>> Plástico foi encontrado no trato digestório de 17% das espécies marinhas ameaçadas de extinção em 2015
FAÇA SUA PARTE
>> Use sacolas retornáveis para fazer compras
>> Pratique e incentive a coleta seletiva
>> Se possível, opte pela compra de produtos a granel, utilizando potes de vidro
>> Não use canudos e negue sempre que ele for oferecido. Uma lei municipal no Rio de Janeiro já proibiu o uso de canudos plásticos em bares, restaurantes e quiosques da cidade
>> Não jogue lixo na privada, pois parte dele pode acabar no mar
>> Evite cremes esfoliantes que não sejam feitos de produtos naturais. A maioria utiliza microesferas de polietileno –pequenos pedaços de plástico que acabam virando comida de peixe
>> Quando estiver na praia, recolha o lixo e separe os recicláveis
>> Carregue um copo ou uma garrafinha na bolsa para evitar o uso de copos plásticos. Em um ano, uma pessoa pode economizar cerca de 1.600 copos descartáveis
>> Na hora de descartar o lixo doméstico, acomode os resíduos no local indicado pelo condomínio. No caso de morar em casa, coloque o lixo próximo ao horário de o lixeiro passar, para evitar que ele abra e se espalhe pela rua
>> Se há contêiner de lixo reciclável onde mora, leve a lata e despeje o conteúdo, sem precisar acomodar lixo em mais saco
>> Se for possível, para o lixo orgânico use sacos ecológicos (há poucas marcas que oferecem biodegradáveis) ou faça sacos com jornal
>> Evite comprar pratos e talheres descartáveis
Fonte: Unep (United Nations Environment Programme); Douglas Vieira da Silva, oceanógrafo; Instituto Oceanográfico da USP (Universidade de São Paulo); Marina Marcucci, coordenadora de conteúdo do Menos 1 Lixo; Alexander Turra, doutor em oceanografia
Comentários
Ver todos os comentários