Adriano Imperador veta perguntas polêmicas em entrevista sobre série documental
Alcoolismo, fotos com armas e relação com delegada presa são alguns dos assuntos proibidos
A vida de Adriano Leite Ribeiro, 40 anos, daria um filme. E deu. Ídolo de times como o Flamengo e a Inter de Milão, ele foi convocado para a seleção brasileira pela primeira vez aos 18 anos, ficou milionário, empilhou troféus, namorou quem quis, passou a beber além da conta depois da morte do pai, entrou em depressão, fez festas de arromba e não deixou de frequentar a comunidade onde nasceu, no Rio.
Mais que isso: aposentou-se precocemente para voltar à Vila Cruzeiro, uma das áreas mais violentas da cidade. Renunciou à vida glamourosa na Europa, onde conquistou a distinção de "Imperador" para voltar à favela. Era ali, bebendo com os amigos, que dizia se sentir bem.
Ao percorrer o caminho inverso dos boleiros bem-sucedidos, intrigou seus admiradores e companheiros de profissão e viu-se diante de uma situação, no mínimo, delicada. Fotos suas fazendo o gesto de uma facção criminosa, empunhando simulacros de fuzis ou na companhia de criminosos começaram a correr o mundo. Didico, como é chamado pelos mais próximos, não via problema nisso. "São meus amigos, esse é o meu mundo", dizia.
Ter frequentado as páginas policiais e engrossado as estatísticas de vítimas de alcoolismo no Brasil fazem parte de sua história e, a julgar pelo teaser divulgado pela Paramount+ (veja abaixo), os assuntos serão abordados em "Adriano Imperador", série documental dirigida por Susanna Lira, que estreia na próxima quinta-feira (21). Mas na coletiva de imprensa marcada para dois dias antes, jornalistas estão terminantemente proibidos de abordar essas questões.
Entre as "orientações importantes" enviadas em um documento à imprensa, consta que "quaisquer perguntas relacionadas a alcoolismo e/ou questão polêmicas estão PROIBIDAS (assim mesmo, em maiúsculas e negrito) e não serão respondidas". Segundo F5 apurou, os assuntos que mais incomodam Adriano são, além do alcoolismo, as fotos em que aparece ao lado de criminosos armados e, sobretudo, a sua relação de extrema intimidade com a delegada carioca Adriana Belém.
Belém foi presa em maio, no Rio, durante a Operação Calígula, que apura uma rede de apoio ao jogo do bicho. Tinha quase R$ 2 milhões em espécie guardados em casa, escondidos em caixas e sacolas de grifes sofisticadas. Ela era chamada de "madrinha" por Adriano, e figura fácil nas redes sociais do ex-jogador, que apagou todas as menções a ela depois da prisão da policial.
O F5 também apurou que a decisão de censurar perguntas "polêmicas" partiu da assessoria de imprensa do ex-atleta e que profissionais ligados ao canal e também a Adriano esperam "bom senso" dos jornalistas que forem formular suas perguntas, já que a definição do que é polêmico é subjetiva.
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