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Televisão

Policial e atriz realiza sonho de atuar na TV com mais de 10 papéis em 'Salve-se'

Cris Probba trabalho em uma delegacia no Rio e também atua

Policial e atriz Cris Probba Arquivo Pessoal

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São Paulo

Em dezembro de 2019, a atriz e policial civil Cris Probba, 45, foi aos Estúdios Globo, no Rio, para atualizar o seu cadastro. Ela já fazia parte do catálogo de atores da emissora havia muitos anos, mas nunca tinha sido chamada para nenhuma produção.

"Fui lá, fiz um vídeo bonitinho e saí animada, com a sensação que tinha ficado bom", relata. Mas no final de março de 2020, por causa da pandemia da Covid-19, tudo parou, inclusive as gravações de novelas e séries. "Eu pensei: caramba, achei que aquele cadastro novo iria me abrir portas. Agora, vão me esquecer de novo e nunca mais vão me chamar", lembra.

Três meses se passaram quando Cris foi surpreendida com a ligação de uma produtora da Globo. Ela tinha sido selecionada para fazer parte do elenco de apoio da fase final de "Salve-se Quem Puder". As filmagens da trama seriam retomadas no segundo semestre do ano.

"Ela me perguntou: 'você está disponível?' Eu falei: 'não estou, mas tenho como estar'." Em pouco tempo, ela já tinha assinado contrato e feito o seu primeiro teste de Covid para iniciar os trabalhos, que começaram na quinzena final de julho e seguiram até dezembro.

"Tudo aconteceu muito rápido. Sabe aquela música? 'É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar'. Foi bem assim", afirma em referência à canção "Tá Escrito", do Revelação.

Em geral, os atores que fazem parte do elenco de apoio interpretam um único personagem, que pode até não ter nome, mas é fixo na trama como a moça que trabalha no salão de beleza ou a advogada de um escritório.

Por causa da pandemia e dos protocolos de segurança, para evitar uma quantidade maior de pessoas nos estúdios, em "Salve-se", esses artistas foram escalados para fazer mais de um papel. No caso de Probba, foram mais de dez. Ela atuou como juíza, voluntária de ONG, entre outros.

A atriz afirma ter sido grande aprendizado e uma oportunidade de atuar ao lado de atores que já admirava, como Flávia Alessandra e Murilo Rosa. "E em um momento único, em que a televisão teve que se reinventar por causa da Covid", reforça sobre os protocolos adotados como beijo no acrílico e ensaios com máscaras de proteção.

Só lamenta o fato de não ter tido todo o glamour que quem é de fora da TV imagina ao entrar na Globo, como cabeleireiro e maquiadores à sua disposição. Por conta da pandemia, cada artista tinha que se arrumar sozinho. "Claro que eu tinha um camarim com o meu nome, o que já é um super glamour. Mas fora a figurinista, que precisava ter contato com a gente, cada um fazia o seu próprio cabelo e a sua maquiagem", diz.

Mesmo sendo papéis pequenos e com poucas falas, Cris Probba afirma estar muito feliz com a repercussão da sua estreia na TV. Conta até que já foi reconhecida na rua, o que não tinha acontecido antes, apesar de já ter feito muitas peças e participado de filmes —os capítulos inéditos de "Salve-se" começaram a ser exibidos no último dia 17 de maio.

"Você pode fazer uma peça e viajar o Brasil inteiro com ela, que fora o pessoal do meio, ninguém te conhece. Eu já participei de longas premiados internacionalmente, ninguém te conhece. Você fica 30 segundos no ar na TV, no dia no seguinte, vai ao supermercado, a menina olha para você e fala: 'te vi na novela ontem'", relata, aos risos.

Há 19 anos, Cris Probba concilia as carreiras de atriz e de policial civil. Para ficar completamente disponível à novela, ela tirou meses de licença prêmio acumulados ao longo dos anos e férias.

O interesse pela vida artística, conta ela, surgiu na adolescência quando já atuava como modelo. Vinda de uma família de advogados e de olho na necessidade de se manter financeiramente, ela decidiu cursar direito.

Na faculdade, se encantou com o teatro. "A primeira vez que subi num palco para apresentar uma peça tive uma conexão muito forte." Acabou se formando também em artes cênicas. "Mas eu achava, a princípio, que seria um hobby [atuar], uma terapia, uma coisa assim."

Priorizou inicialmente a carreira jurídica, mas viu depois que se passasse em um concurso público teria uma tranquilidade financeira para se dedicar ao seu sonho. Desta forma, entrou na Polícia Civil como inspetora. Logo passou a trabalhar em delegacia no Rio e afirma ter se encontrado na profissão.

"Eu tenho muito prazer em servir. Quando uma pessoa entra numa delegacia, ela não entra a passeio, para tomar um café. Ela entra porque está com um problema, está vivendo uma tragédia, uma violência, e o primeiro contato que ela tem é com a gente. Sempre tive muito carinho em acolher essas pessoas, em conversar, em tratar bem", relata.

"Quando as pessoas iam embora, eu sentia um prazer muito grande. Essa é a minha missão realmente", completa. Em paralelo, como trabalha em esquema de plantão 24 por 72 (24 horas de serviço, e três dias de descanso), conseguiu exercer a atuação —nos cinemas, participou do filme “Love, Rock and Blues” (2018), e no teatro, o seu maior destaque é a peça "Retalhos de Nelson"

A partir do ano que vem, quando completa 20 anos na polícia, além dos cinco anos que teve em outros empregos, Cris diz que pretende se aposentar. "Aí eu vou me dedicar só à arte, porque ainda vou estar nova, com bastante gás, as portas começaram a se abrir, então, é o momento de aproveitar as oportunidades."

Ter o dinheiro da aposentadoria, complementa ela, vai ajudar a bancar essa realização. "É uma carreira que se investe muito, estou sempre fazendo foto nova, vídeo novo. Agora mesmo estou investindo na carreira de apresentadora. E acho que vou conseguir... já estou conseguindo", finaliza.

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