Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Televisão

Em 'Malhação', Helena Fernandes prepara série sobre Eduardo Galvão

'Cenas difíceis', diz atriz ao recordar personagem com câncer em novela

A atriz Helena Fernandes Edu Rodrigues

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

No ar na reprise de "Malhação - Sonhos" (Globo, 2014-2015), a atriz Helena Fernandes, 53, relembra a dificuldade de interpretar Lucrécia, personagem que vê a vida se transformar após receber diagnóstico de câncer de mama. "Sofria muito para fazer porque tinham cenas muito difíceis."

Em entrevista ao F5, Fernandes diz que foi essencial abortar esse tema na novela teen para despertar "a consciência de quanto mais cedo se buscar o tratamento, mais chances existem de cura". Ela ressalta ainda que é importante que as pessoas não temam o diagnóstico e façam o autoexame. No capítulo desta segunda (14), Lucrécia vai revelar a doença para a filha, Jade (Anajú Dorigon).

O diagnóstico de novos casos de câncer caiu até 50% no país em 2020 e, com o atual colapso de hospitais devido à Covid-19, os pacientes oncológicos já enfrentam novos cancelamentos de consultas e cirurgias. A falta de um diagnóstico precoce e tratamento pode fazer com que um tumor em fase inicial cresça e se torne menos curável.

A artista rememora que a caracterização da personagem demorada, em especial nas cenas em que aparecia careca, em decorrência do tratamento de câncer. Ela diz que chegou a ficar “três horas na maquiagem para colocar a prótese”, e conta que uma de suas maiores parceiras de cena foi Anajú Dorigon, 26, que interpretava Jade, sua filha e aluna na escola Ribalta.

Helena Fernandes afirma que interpretar a professora de balé foi como estivesse com três personagens em uma só. "Ela começa cheia de razão e mais dura e exigente com a filha", explica ela, "depois ela se quebra com a descoberta da doença, ela tem que rever a relação dela não só com a filha, mas com todos."

"Quando ela se cura nasce outra mulher, que possibilita a construção de uma personagem mais leve e alegre", completa. Apesar da transformação, Fernandes lembra que as cenas as quais elas tratavam sobre o câncer eram fortes e difíceis de serem gravadas, e que isso a aproximou ainda mais de Anajú.

Mães de três filhos, Helena Fernandes afirma que Anajú "me chama de ‘mamis’ até hoje”. "Nós nos emocionávamos muito juntas. Foi [uma personagem] muito importante na minha vida e na minha carreira", completa a atriz, cuja primeira participação especial em "Malhação" foi em 2001.

A relação de Jade e Lucrécia era de carinho e cobrança. “Lucrécia sempre foi extremamente apaixonada pela filha”, diz Fernandes, "mas ela cometeu o erro de jogar para filha um sonho que era dela". Para a atriz, esse episódio se repete em muitas outras famílias. "Não existe uma fórmula, nós erramos querendo acertar."

Além da relação de mãe e filha que atravessou as cenas, a artista diz que o elenco inteiro se dava bem, e isso foi chave para o sucesso da temporada da novela. "Sempre fomos felizes e sabíamos”, relembra ela que se considera fã do trabalho de Luiz Henrique Rios e Marcus Figueiredo, diretores da novela e com quem trabalhou posteriormente em "Bom Sucesso" (2019), seu mais recente trabalho na televisão.

Na trama de Rosane Svartman e Paulo Halm, Fernandes interpretou Eugênia, uma personagem vaidosa, elitista e presunçosa, que era dona do estabelecimento onde Paloma (Grazi Massafera) a personagem principal trabalhava. "É maravilhoso trabalhar com uma equipe de autores e direção, que gosta do seu trabalho, que te quer e quando vai escrever pensa em você."

O folhetim da Globo teve boa audiência e marcou o retorno da atriz a uma produção da emissora após três anos afastada. Também foi o reencontro de Fernandes com seu amigo Eduardo Galvão, que morreu em 7 de dezembro de 2020, vítima da Covid-19.

Os dois trabalharam juntos na novela infantojuvenil “Caça Talentos” (Globo). Protagonizada por Angélica, a trama estreou em 1996 e se tornou um grande sucesso de audiência, e teve duração de dois anos e mais de 500 capítulos.

"Galvão não era meu amigo, ele era meu irmão”, afirma a atriz sobre a amizade que durava há quase 30 anos. "Ele estava presente na minha vida o tempo todo. Para mim, é tão inacreditável a frase 'nunca mais com ele', é muito difícil porque é nunca mais mesmo."

Helena Fernandes se reuniu com as amigas Claudia Mauro, Lucia de Sá, Flávia Monteiro, Clara Garcia e Helena Ranaldi para desenvolver "Ele Delas", série em homenagem a Eduardo Galvão —a história vai mostrar seis mulheres que acabam unidas após o falecimento de um amigo.

Ainda em fase de produção, a atriz diz que esse projeto é uma forma que as seis melhores amigas do ator encontraram para "transformar a dor em homenagem e eternizar a nossa amizade, amor e histórias com a arte."

Atualmente, Fernandes diz que não possui outros projetos além da série em homenagem a Galvão. Ela considera que durante a pandemia os artistas estão "impossibilitados de trabalhar", e, para ela "a pandemia impede muito" a proximidade que é necessária na profissão.

Com a paralisação das produções em decorrência da pandemia de Covid-19, a atriz também pôde rever outra personagem, a condessa Marion de “Belaventura” (2017), novela reprisada nas tardes da Record até maio passado.

Fernandes diz que amava fazer a personagem, tanto pela personalidade quanto pela caracterização do universo medieval. "Diferentemente de Lucrécia, a Marion era uma personagem que me levava pela mão, eu viajava nas loucuras dela", compara a atriz, ao revelar que o ritmo de gravações era puxado, chegando a trabalhar de 12 a 14 horas por dia. "Nunca mais na vida, imagino que eu vá viver esse universo medieval."

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem