Com o programa Aqui na Band, que estreou há uma semana, a jornalista Silvia Poppovic, 64, quebra um hiato de quase dez anos longe da TV aberta. A novidade, que mescla jornalismo, gastronomia e entretenimento, é comandado por Poppovic e Luís Ernesto Lacombe, que se unem a um time de colunistas.

"Tem de tudo. É um programa de culinária, com pautas de saúdes e consultas públicas para todo mundo, entrevistas excelentes, temas de comportamento, defesa do consumidor. Tem muita informação e consistência", explica a apresentadora.

Quem acompanhou Poppovic no ar em outras décadas percebe que a jornalista aparece agora nas telas bastante diferente –após uma cirurgia bariátrica, ela conseguiu perder 47 kg e se sente renovada para o novo trabalho.

"Pretendo falar de maneira construtiva e mais clara possível [sobre] por que eu fui atrás dessa reinvenção nesse último terço da minha vida”, conta. "Estou num momento muito rejuvenescida, de transformação. Eu mudei meu corpo e, de certa forma, fazer esse trabalho é uma cereja do bolo em toda a minha transformação. Renovada, volto a trabalhar na coisa que eu mais gosto, que é a TV aberta."

Fora da TV, nos últimos anos, Poppovic trabalhou na rádio Jovem Pan, manteve um canal no YouTube e deu algumas palestras. No entanto, confessa que sentia falta de acordar cedo movida pelo ânimo de ir trabalhar.

Os quase 40 anos de profissão tornam o currículo da jornalista invejável, mas não garantem o fim dos desafios. Para ela, "os desafios profissionais vão se transformando, ficando mais complexos, e você vai aprendendo a administrar e se colocar de maneiras diferentes".

Poppovic lembra que estava muito nervosa e tremia muito na primeira vez em que pegou um microfone nas mãos. "Hoje em dia, você vê, sou uma das profissionais que têm mais horas ao vivo. Já fiz muitas coisas na televisão, e é um público que eu conheço muito bem."

"Mas existe um desafio [no Aqui na Band] por não ser um programa como os que eu já fiz, no qual eu era a protagonista única e principal. Sempre há desafios e é isso que faz com que a vida profissional se torne interessante", completa.

A jornalista diz ainda que “é bom estar se reinventando e fazendo a vida ter significados novos.” Nas redes sociais, ela recebia pedidos de internautas para que voltasse à emissora, pela qual tem tanto apego. “Esse estúdio tem meu DNA. Ajudei a fazer essa casa”, diz.

O sentimento que fica, por voltar ao ar, é o de emoção. “O que me move? A vontade de fazer melhor, a vontade de somar, de conduzir uma outra situação. Volto com muita vontade de fazer a diferença."