Thainá Duarte afirma que 'racismo dos anos 1960 é o mesmo de hoje' ao comentar série da Globo
Atriz está em 'Se Eu Fechar os Olhos Agora', que estreia dia 15
Filha de uma menina de 12 anos que foi engravidada por um senador, Anita é um dos destaques e pontos centrais da nova minissérie da Globo, “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, que estreia dia 15 de abril. Thainá Duarte, 23, é quem interpreta os dramas da personagem na trama de suspense.
“Anita é uma jovem vulnerável e reservada, que veio de um passado muito simples. Ela se torna uma mulher cobiçada pelos homens e mulheres, mas carrega uma história de muita crueldade, solidão e racismo”, explica a atriz, que já esteve na novela “I Love Paraisópolis” e no filme “Mundo Cão”.
Na trama de Ricardo Linhares, baseada no livro homônimo de Edney Silvestre e gravada no interior de Minas Gerais, Anita é uma jovem que cresceu em um orfanato, mas foge dele para se tornar prostituta na cidade nos anos 1960, até ser assassinada em circunstâncias brutais —mas ela não é a única.
“É uma narrativa em que todos estão muito ligados. Dentro da trama a gente vai descobrindo isso”, explica Thainá. “E foi a primeira vez que morri”, brinca. “Morrer não é fácil. Mas foi uma experiência divertida. A gente tomou muito cuidado, porque não é uma simples morte. Tem muito drama e ação.”
Na trama, a personagem de Thainá também chega a se casar com um dentista muitos anos mais velho. “Anita sai de um orfanato quando é jovem, e tudo o que ela quer é arranjar um marido. Aparece um homem mais velho para casar com ela, e essa relação não é saudável”.
“Ela acha que esse homem vai ser a salvação da vida dela, que vai mudar a vida dela, mas não é bem assim. Não é um romance”, explica a atriz. “Ela passa por muitas coisas que eu não cheguei nem perto de viver. Teve uma realidade muito diferente da minha, é uma história pesada e ela sofre muito.”
No entanto, a atriz diz que se identifica com o fato de tanto ela quanto a personagem sofrerem com o racismo: “O racismo que é tratado nessa história passada na década de 1960 é o mesmo racismo que a gente vive hoje em dia. Mas por um lado, isso se torna algo extremo na trama. A gente vê isso acontecendo hoje em dia, e é muito triste.”
Thainá explica que buscou referências da década em que se passa a história para compor sua personagem, como mulheres que eram ícones de beleza na época e músicas antigas. Seu visual também foi transformado e a atriz deixou de lado os fios negros para que Anita ganhasse cabelos loiros.
“Foi uma mudança que eu fiquei muito impressionada na hora, quando me vi. Mas eu gostei, não esperava. Foi bom porque me ajudou a fazer o personagem. O cabelo dela é como uma máscara para o personagem”, diz a atriz, que já está novamente morena para as gravações de “Aruanas”, outra série da Globo em que atua ao lado de Leandra Leal, Taís Araújo, Camila Pitanga e Débora Falabella.
Thainá chegou a ler o livro de Edney Silvestre para o novo trabalho e comenta as diferenças entre ele e a adaptação para as telas. “É uma narrativa que você quer ler do começo ao fim, porque cada novidade te leva para um lado. E a série não está igualzinha ao livro, mas é muito fiel. Quem leu o livro, vai encontrar novidades na série de maneiras muito prazerosas.”
Ela adianta que alguns dos personagens que são fundamentais na série sequer aparecem no livro, por exemplo. No elenco, também estão Gabriel Braga Nunes, Mariana Ximenes e Antônio Fagundes.
“Pude conversar com grandes atores que eu admirava muito, como a Mariana Ximenes e Debora Falabella. Eles foram muito gentis e me ensinaram bastante. Uma coisa que eu gostava muito de fazer era ir vê-los no set, atuando, quando eu não estava gravando”, revela Thainá.
A atriz, que precisou largar as aulas de engenharia de produção para seguir na carreira de artista, diz que não se arrepende da escolha e que só colhe os frutos dela. “Não penso em voltar. Estou muito feliz como atriz. Eu tenho duas séries para estrear e é um momento muito bom da minha carreira como atriz. Estou feliz e cheia de expectativas.”
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