Televisão

Comparado a galã americano, Hall Mendes tem rápida ascensão e faz três novelas em três anos

Do interior de Pernambuco, ator se inspirou em Irandhir Santos

Aos 21 anos, Hall passou por 'Velho Chico', 'Malhação' e 'Jesus'

Aos 21 anos, Hall passou por 'Velho Chico', 'Malhação' e 'Jesus' Divulgação

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São Paulo

Ele diz que se sente velho e precisa correr, mas Hall Mendes, 21, conseguiu emplacar importantes papeis na televisão em apenas três anos. O ator passou por "Velho Chico" (2016), "Malhação - Viva a Diferença" (2018), ambas da Globo, e "Jesus" (Record).

Para ele, tudo isso é coisa do destino. Nascido em Gameleira, interior de Pernambuco, o ator nunca pensou que poderia seguir seus sonhos. "Achava isso muito longe de mim, mas criei coragem quando entendi que não teria outra coisa que me faria feliz", isso foi aos 18 anos. "Aqui no Rio eu vejo crianças já trabalhando e penso que comecei tarde. Em março farei 22 anos, estou ficando velho!"

Se precisava correr, ele conseguiu. Mendes saiu de casa com 17 anos para estudar em Santa Catarina e morar com a tia. Aos 18, mudou-se sozinho para Rio. "Juntei uma grana escondida de todos os meus parentes. Só avisei minha mãe uma semana antes. Ela ficou desesperada lá de Pernambuco."

Chegando ao Rio, bastou alguns meses de cursos para que ele fosse chamado para o teste de "Velho Chico". "Com pouca formação e nenhuma carreira para mostrar, a novela acabou sendo a minha escola de atuação e posição de câmera", conta Mendes.

Sua maior inspiração sempre foi o ator Irandhir Santos, com quem contracenou na trama de Benedito Ruy Barbosa.  Também pernambucano, Irandhir fez novelas e filmes clássicos, como "O Som ao Redor", "Aquarius" e "A Febre do Rato". 

"Não acreditava que eu estava ao lado dele, vendo como ele trabalha. Ele é um cara muito sério, concentrado. Só no último capítulo, tive coragem de pedir uma selfie", brinca Mendes, que logo foi escalado para a novela adolescente "Malhação".

"É difícil explicar como consegui papeis tão sequenciais. Acho que estava escrito, nem deve ser porque sou tão bom", brinca ele. Nesse meio tempo, ainda surgiu a comparação dele com o galã Brandon Flynn, da série "13 Reasons Why", da Netflix, que o ajudou a ver seu nome circular também pelas redes sociais.

Em "Jesus", ele já viveu um desafio completamente diferente na pele de Abel. "Ele quer encontrar com Jesus. É o grande menino rico que pede a vida eterna a Ele, mas fica decepcionado com a resposta. Jesus quer que ele se livre de todo os bens materiais, e ele não aceita e vai embora de Jerusalém", conta o ator. 

Filmar em São Paulo foi um desafio. Não foi simples esquecer o sotaque carioca e se adaptar à vida e ao sotaque paulistano de época, como é gravado "Jesus". "Nem perdi o sotaque, ninguém nem mais percebe que sou de Pernambuco", brinca o ator. Ele diz que há essa exigência do falar neutro para poder se adaptar aos papeis. 

Com tanto trabalho na sequência, Hall ficou dois anos sem visitar a família. "Com o fim de 'Jesus' vou conseguir matar a saudade da mãe, em Pernambuco", afirma ele, que deixou a novela da Record há pouco tempo.

Em meio a esses trabalhos, Hall ainda fez parte da peça "Jovem Estudante Procura", que circulou algumas capitais brasileiras. "Espero que essa montagem volte. Tivemos de abandoná-la porque quase todo o elenco tinha trabalhos paralelos na televisão."

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