Televisão

'O Sétimo Guardião' aposta em clássicos para ajudar história da Globo a emplacar no Ibope

Insistir nessa trilha daria mais ânimo à novela, diz especialista

Gabriel (Bruno Gagliasso) diz a Luz (Marina Ruy Barbosa) que está se apaixonando por ela
Gabriel (Bruno Gagliasso) diz a Luz (Marina Ruy Barbosa) que está se apaixonando por ela - Estevam Avellar/Globo
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São Paulo

Foi alta a expectativa em torno da novela “O Sétimo Guardião” (Globo), de Aguinaldo Silva, que estreou em novembro na faixa das nove. A trama, dirigida por Rogério Gomes, o Papinha, prometia trazer de volta a fantasia de obras anteriores do autor, como “Roque Santeiro” (1985) e “A Indomada” (1997).

Mas ainda patina na expectativa de superar os 30 pontos no Ibope: não tem passado dos 27 (cada ponto equivale a 73.015 domicílios na Grande SP). Uma das estratégias é agradar ao espectador com uma trilha sonora estudada e a repetição de personagens conhecidos.

Uma cidade familiar, Serro Azul tem cenas com discursos épicos do prefeito e discussão entre beatas e prostitutas –conflitos já vistos na teledramaturgia. E a trilha sonora vai na mesma toada. A abertura é música de 1977, “The Chain”, da banda anglo-americana Fleetwood Mac.

Já a faixa que embala o casal protagonista, Luz (Marina Ruy Barbosa) e Gabriel (Bruno Gagliasso), é uma versão de “These Boots Are Made For Walkin’”, sucesso de Nancy Sinatra nos anos 1960. Como outras faixas, a canção remete a produções memoráveis. “Em minha opinião, o diagnóstico é que a novela ainda não aconteceu”, diz Nilson Xavier, autor do “Almanaque da Telenovela Brasileira”.

Para o pesquisador Claudino Mayer, doutor em comunicação pela USP (Universidade de São Paulo), a emissora deveria apostar mais nas músicas. “Tanto essa trilha, que remete ao passado, como a incidental [que cria ambiente da cena] são fatores determinantes para prender a atenção.”

Ele lembra que outra boa tática para amarrar o espectador é usar personagens que criam carisma imediato por fazerem referência a tramas antigas, como Mirtes (Elizabeth Savala), que lembra Perpétua (Joana Fomm), de “Tieta” (1989). “Nos últimos capítulos, já é possível ver mais closes nos atores, como forma de levar o público para dentro da história.” A Globo diz estar satisfeita com desempenho da trama.

Para Mayer, a emissora deveria aposta mais nas músi­cas. “Tanto essa trilha, que re­mete ao passado, como a inci­dental [que cria o ambiente da cena] são fatores determinan­tes para prender a atenção.”


 

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