Televisão

Dançarinas relembram trajetória do apresentador Edson Cury, o Bolinha

Bolinha lançou diversos artistas em seu programa de auditório

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Leonardo Volpato
São Paulo

Há 20 anos, no dia 1º de julho de 1998, morria Edson Cabariti Cury, o Bolinha, lendário animador e apresentador de auditório da história da TV brasileira. Foi ele o foi responsável por lançar diversos artistas que estão no estrelato até hoje.

Bolinha também rompeu com barreiras ao ser o primeiro a levar à televisão um quadro em que elegia as mais bonitas travestis do país.

Bravo, grandalhão, ciumento, mas muito generoso e amigo, Bolinha também ficou marcado pela relação de paizão que tinha com suas boletes, as dançarinas do palco do “Clube do Bolinha”, programa que perdurou de 1974 a 1994, na TV Bandeirantes.

O apresentador Bolinha e suas boletes
O apresentador Bolinha e suas boletes - Vitória Cury/Arquivo Pessoal

Segundo elas, o animador tinha um jeito todo peculiar de ser _e de tratá-las. “Ele era ciumento conosco, nenhum cantor podia mexer com a gente. Ele ficava maluco. Era uma pessoa justa. Viajávamos todos juntos nas caravanas e fazíamos shows com cantores pelo país todo”, conta Valquiria Rodrigues Campos, 52, bolete por cinco anos.

Ela, aliás, conheceu seu marido, o cantor Peninha, com quem está até hoje, nos bastidores do programa. O mesmo ocorreu com Vanderleia Franco, 51, bolete que permaneceu no “Clube” por três anos. Ela também começou a namorar o cantor Wagner Montalvão, do então grupo Xeque Mate, em meados dos anos 1980. “O Bolinha não chegou a ficar com ciúme, mas ele tomava conta.”

De acordo com Vanderleia, um grupo chamado As Boletes pretende se lançar em breve na música, composto por três ex-dançarinas de Bolinha, pegando carona nas homenagens realizadas pelos 20 anos de morte do apresentador.

Especialista em TV, o diretor do Instituto Memória da Mídia, Elmo Francfort, resume como Bolinha marcou história. “Ele era muito engraçado. Sua voz e sua forma de apresentar eram inconfundíveis. Marcou uma geração e valorizou também a música. Assim era Edson Bolinha Cury, um dos personagens mais extrovertidos da TV brasileira”, finaliza o especialista.

O apresentador Edson Cabariti Cury, o Bolinha - Reprodução

Filha diz que quer preservar memória do pai

Filha de Edson Cabariti Cury, Vitória Cury, 60, tem uma série de projetos para não deixar que a memória do pai, Bolinha, seja esquecida.

Segundo ela, uma equipe prepara um grande material sobre o artista, que deve ser lançado aos poucos até julho de 2019.

“Nesses 20 anos sem Bolinha, tenho preparado programas que envolvem um documentário, um livro e um musical. Também levei um projeto para a Secretaria Municipal de Cultura de SP para que haja um Palco Bolinha na Virada Cultural do ano que vem”, afirma Vitória.

No espaço, cantariam só artistas que fizeram parte da história do apresentador. Única herdeira de Bolinha, Vitória diz passar por dificuldades financeiras e morar de aluguel. Ela afirma que teve de vender alguns imóveis deixados pelo pai para sobreviver. E nega ter herdado R$ 20 milhões, como divulgado em reportagens em 2016.

Vitória quer, agora, um prédio para criar o Instituto Edson Bolinha Cury, que abrigaria ex-artistas que têm necessidade. Secretária de Bolinha, Tanya Helena, chamada de Tanya Bang Bang, diz que sente uma enorme saudade. “Nós tínhamos uns arranca-rabos, mas ele era generoso. Quando eu vejo a filha dele, a Vitória, é como se ele estivesse ali.”

O apresentador Bolinha no palco de seu programa de televisão - Eliana Assumpção/Folhapress

Veja os principais momentos da vida pessoal e profissional de Bolinha

>> 1936 - Nascimento

Em Bauru (329 km de SP), no mês de julho, nasce Edson Cabariti Cury, que receberia o apelido de Bolinha

>> 1966 - Futebol

Vira repórter esportivo na emissora TV Excelsior. Ele adorava futebol. No mesmo ano, trabalha como apresentador de luta livre

>> 1968 - Desafio

Sem querer, estreia como apresentador de programa de auditório substituindo Chacrinha ((foto)) na TV Excelsior. Em seguida, ganha o seu próprio programa de calouros: “A Hora do Bolinha”

>> 1974 - Consolidação

Vai para a Bandeirantes e lá começa o “Clube do Bolinha”, programa que durou 20 anos e foi um dos líderes em audiência

>> 1994 - Fora de cena

Quando termina o contrato do apresentador com a Band, ele sai da TV e fica fora dos holofotes. Já estava doente

>> 1996 - Retorno breve

Volta para a Band para comandar seu programa por mais dois anos. No ano seguinte, é diagnosticado com câncer em estágio avançado

>> 1998 - Adeus

Bolinha morre no dia 1º de julho, aos 61 anos, vítima de um câncer no aparelho digestivo, 15 dias antes de fazer aniversário 

Fonte: Vitória Cury, filha do Bolinha

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