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Série 'Onde Nascem os Fortes' renova o retrato do sertão nordestino

Alexandre Nero afirma que pessoas do sertão também estão na era da internet

Pedro (Alexandre Nero) e Joana (Maeve Jinkings) em cena de 'Onde Nascem os Fortes'
Pedro (Alexandre Nero) e Joana (Maeve Jinkings) em cena de 'Onde Nascem os Fortes' - Divulgação/Globo
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Descrição de chapéu Agora
Fabiana Schiavon
São Paulo

“Ele não gosta de poder. Ele é o poder”, afirma o ator Alexandre Nero sobre seu personagem Pedro, na série “Onde Nascem os Fortes” (Globo), que estreia na segunda-feira (23).

O ator destaca que a produção dá uma nova visão do sertão nordestino. “A série retrata um sertão contemporâneo, diferente de tudo o que eu tinha visto. Eu sempre conheci essa região pelo cinema, que o retratou de forma datada e cari cata”, lembra Nero.

“As pessoas do sertão também estão na era da internet, do celular. Elas não vivem ilhadas, sem saber o que acontece em Nova York, e não usam mais jegue como transporte”, esclarece o ator. “Os figurinos também são modernos”, acrescenta.

Na série, Pedro é dono de uma fábrica de bentonita, matéria-prima que existe em abundância na região.

“Ele é um cara que poderia existir em qualquer lugar. É o patrão, é o dono da empresa e da casa. Ele é um coronel, mas cuidamos para ele não virar o coronel caricato do sertão, que cospe no chão. Ele é um cara que vai jantar em Paris e sabe escolher um bom vinho”, define o ator.

Pedro está acostumado a sair impune de tudo. “A lei foi criada para defender os poderosos. A democracia tenta fazer com que a lei olhe para o outro lado, mas dizer que a lei é para todos seria uma brincadeira. Isso não é diferente em Sertão”, diz Nero.

Pedro é o único suspeito do desaparecimento de Nonato (Marco Pigossi) e se apaixonará pela mãe dele, Cássia (Patrícia Pillar).

INSPIRAÇÃO DE ATOR

Na cidade de Cabaceiras (PB), nas belas paisagens do Hotel Fazenda Lajedo do Pai Mateus, vive um núcleo espiritual da série “Onde Nascem os Fortes”. Samir (Irandhir Santos) é o líder religioso de uma comunidade chamada de Lajedo dos Anjos. O lugar será refúgio de muitos, mas também zona de conflitos provocados por poderosos.

“No início da história, havia um traço de cristianismo muito forte nessa comunidade, mas sugeri aos autores que a gente pudesse abrir para o sincretismo e colorir mais essa comunidade, e eles aceitaram. A cada cena que fizemos, fomos construindo rituais e orações. Eu me inspirei muito no que eu vi na minha infância em Limoeiro, onde cresci. Especificamente em uma mulher chamada Dona Benedita, que benzia todos na cidade. Aproveitei algumas frases que ela repetia nessas rezas e usei como gatilho emocional para viver o personagem”, explica Irandhir Santos, que nasceu no interior de Pernambuco.

Toda a linguagem dessa religião foi criada pelos atores em parceria com os escritores. A atriz Camila Márdila é Aldina, que encontra seu destino em Lajeado.

“Ela tem passado desconhecido, busca abrigo e acaba ajudando Samir a organizar o modo de vida das pessoas”, diz ela. E quem vive no alto das pedras não ficará imune aos conflitos. “O juiz Ramiro [Fabio Assunção] quer explorar as riquezas da região. Vai baixar polícia, terá conflito. Será também um lugar de resistência”, completa.

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