Série nacional da Netflix emplaca nova temporada com elenco maior
Segunda temporada de '3%' estreia nesta sexta (27) na Netflix
Estreia amanhã, na plataforma de vídeos online Netflix, para assinantes, a segunda temporada da série brasileira “3%”, que se passa em um futuro próximo, quando acabam os recursos naturais e os humanos
têm de sobreviver em um mundo degradado.
Nesse cenário, a maior parte da população é pobre e mora no Continente, em meio à fome e à violência. Todos querem fazer parte dos 3% selecionados para morar em Maralto, um tipo de paraíso com tecnologia de ponta. Daí o nome da série.
A produção, que tem Bianca Comparato como protagonista, é a série estrangeira mais assistida nos EUA. Agora, a história é contada com elenco maior, mais recursos tecnológicos e dez episódios — dois a mais do que a temporada anterior.
“Com a repercussão da série, tivemos mais orçamento”, conta a atriz Bianca Comparato, que já é reconhecida pelos americanos. “Às vezes vem alguém e comenta que a série é muito assistida na França e na Turquia, mas nunca sabemos quantas pessoas viram”, avalia o roteirista Pedro Aguilera, sobre o fato de a Netflix não divulgar o número de acessos.
Entre outras séries estrangeiras que surpreenderam a plataforma americana, estão a alemã “Dark” e a espanhola “La Casa de Papel”. “O Brasil se destacou. Lançamos ‘O Mecanismo’ e teremos a série sobre
funk ‘Sintonia’, a comédia ‘Samantha’ e ‘Coisa Mais Linda’, sobre bossa nova”, diz Bianca.
Antes ambientada no Continente, onde vive a população pobre, a nova fase de “3%” mostra o Maralto, paraíso acessado só por 3% da população. O cenário foi gravado no Instituto Inhotim, maior centro de
arte ao ar livre da América Latina, localizado em Minas.
“Havia curiosidade do público em saber qual a tecnologia dispo nível no Maralto. Por isso, fomos atrás de ‘futurólogos’ para surpreender”, diz Aguilera.
AGENDA LOTADA
Aos 32 anos, a carioca Bianca Comparato é cidadã do mundo. E não precisa viajar para demonstrar isso. Ela pode aparecer como Michele, a protagonista da série “3%”, em qualquer casa por aí que tenha acesso à Netflix.
A série brasileira de ficção científica não é coadjuvante na plataforma online. “Penso muito nisso, na audiência global. Sei que, além dos Estados Unidos, ‘3%’ faz um baita sucesso na França”, diz Bianca.
Mas a série é só uma porcentagem na presença midiática da atriz, que está em quatro longas. Já foi Sofia em “Todas as Razões para Esquecer”, lançado em março. Katy é sua personagem em “Talvez uma
História de Amor”, com lançamento em junho.
No segundo semestre, aparece como Lara, no terror “Morto Não Fala” e interpreta cinco mulheres na
cinebiografia de Erasmo Carlos, “Minha Fama de Mau”.
A depender do cronograma de lançamentos do canal HBO, ainda neste ano Bianca deve estrear como diretora. Ela toca há um ano e meio um documentário sobre ideias feministas da escritora Rosiska Darcy
de Oliveira, que desde 2013 integra a Academia Brasileira de Letras. O título provisório é “Elogio da Liberdade”.
A rápida expansão da Netflix transformou a política da empresa de vídeos sob demanda. O departamento internacional se tornou maior do que o da matriz americana. Hoje, são 56,7 milhões de assinantes nos EUA e 68,2 milhões em outros países. “No início, nosso contato era diretamente com o vice-presidente, porque não tinha ninguém designado para cuidar da gente. Cresceu demais”, conta a atriz.
Bianca está na mira do mercado internacional. É reconhecida em restaurante de Los Angeles, dá entrevistas fluentes em inglês (foi alfabetizada primeiro nesse idioma) e tem contrato com uma agência
americana para gerenciar a carreira. “Foram muitos pedidos depois de ‘3%’. Fechei com a agência que tem também o Adam Driver, de ‘Star Wars’, e a Kristen Stewart, da saga ‘Crepúsculo’. Tem uma pegada mais jovem, cuida de muitos atores novos do teatro de Nova York, que eu adoro.”
Bianca diz admirar novelas, trabalho que considera difícil, revelando admiração por Glória Pires, Tony Ramos e Murilo Benício. “Estou esperando convite para ser vilã. É um sonho. E é sério!”, diz.
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