'Mister Brau' volta com Taís Araújo como Beyoncé brasileira discutindo a mulher que sai de casa para trabalhar
Brau não deixa protagonismo, mas perde espaço para mulher, que prospera no trabalho
Na sua quarta temporada, que se inicia nesta terça (24), “Mister Brau”, série cômica da Globo estrelada por Tais Araújo e Lázaro Ramos —que também são casados na vida real— parecia não ter mais o que abordar.
“Era uma série que a gente fez para ter uma [temporada] só. Como a gente não tinha a pretensão de que durasse tanto tempo, a gente tem que ir inventando o que vai acontecer conforme a demanda das temporadas”, diz Tais Araújo durante encontro com jornalistas nos intervalos das gravações.
A solução encontrada por elenco e direção parece mais atual impossível. Enquanto Brau, o famoso da série, cai no esquecimento, Michele, sua mulher, deixa de ser sua coadjuvante no palco para brilhar sozinha.
Com figurinos e apresentações de canto e dança que lembram a cantora americana Beyoncé, Michele lota turnês mundo afora.
“A Michele tá aí, a frente, e vira uma cantora de fama internacional e a gente discute muitas coisas nessa temporada. Desde o homem não segurar as pontas quando a mulher tem destaque, a gente discute quando a mulher sai para trabalhar e próspera muito, como fica essa questão da casa, dos filhos, da família”, afirma a artista.
No ostracismo, o personagem de Lázaro, que emendou as gravações de "Mister Brau" com o fim "Lazinho com Você", programa que apresentou na mesma emissora no final do ano passado, precisa buscar sua verdadeira identidade para voltar a brilhar.
“O Brau tem um desencontro com a arte e aí fica esse contraponto, de uma que está acontecendo muito artisticamente e ele que está perdido artisticamente, até que ele finalmente tem um reencontro com a identidade artística dele, que acontece na Angola”, diz Tais.
De fato, em busca de suas raízes, tentando se reencontrar com a fama e o sucesso, Lázaro e Tais terminam a temporada na Angola —com os dois fazendo sucesso.
COMÉDIA SOCIAL
"Durante os oito episódios, temos 12 shows. Vai parecer que ela está em um Rock in Rio. Vamos fazer um trabalho de computação que vai ficar grandioso. A Michele é quase a nossa Beyoncé brasileira. No final de tudo, acabamos com eles voltando às raízes, na África”, afirma Allan Fiterman, diretor geral.
Para Lázaro, levar humor na TV aberta nas noites de terças-feiras é algo esperado pelo público todo ano.
“As pessoas têm muito carinho pelo programa, quando a temporada acaba, elas pedem, sugerem histórias. Acho que as pessoas já ficam esperando o momento do ano que vai ter essa família, que vai chegar nas casas deixando as terças-feiras um pouco mais leves”, diz o ator.
Para Taís, a necessidade de discutir, com humor, temas sociais e de interesse público, é uma das funções do programa, pedido feito até pelos próprios telespectadores.
“A gente está fazendo um programa de comédia, um programa leve, mas vejo uma demanda da sociedade. Sempre que tinha alguma temática social, era muita gente falando. Aí a gente pensou ‘cara, as pessoas estão a fim de discutir o que está acontecendo na sociedade de uma maneira leve e divertida. E eu acho que a comédia é a melhor maneira de alcançar e fazer refletir, de uma maneira leve, temas que não são leves e que estão ai para uma mudança de estruturas. E dá muito orgulho poder fazer isso num programa de comédia, num canal aberro”, diz a atriz — e cantora da vez.
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