"Faltam pessoas interessantes na TV", diz Astrid, nova apresentadora do "Saia Justa"
A partir de 6 de março, a apresentadora Astrid Fontenelle, a jornalista Barbara Gancia, colunista da Folha, e as atrizes Mônica Martelli e Maria Ribeiro se juntam à frente do novo "Saia Justa", que entra em seu 12º ano.
A seguir, leia o bate-papo entre a Folha e as novas apresentadoras do programa.
Folha - Como foi a integração entre vocês?
Astrid Fontenelle - Já conhecia a Bárbara há uns 30 anos. A Mônica já havia entrevistado, mas a Maria não lembro nem de ter visto.
Barbara Gancia - Tenho amigos em comum com a Maria. A Mônica, bom, somos italianas e falamos para caramba... Já estou conversando com elas da mesma forma que faço com minha terapeuta.
Astrid - Já temos até planos comerciais juntas. Para a Mônica, faremos a continuação da peça "Os Homens São de Marte e para Lá que eu Vou".
Barbara - Será "Os Homens São Filhos da P... e É para Lá que Eles Vão Voltar"... [risos]
Quais temas têm dominado os testes e devem aparecer no programa?
Astrid - Tudo acaba em sexo. Em uma gravação, falamos sobre a cobertura do incêndio da boate em Santa Maria, de redes sociais, se é pior ser abandonado por homem ou mulher, plástica na vagina...
Barbara - A gente tem um probleminha, que é falar tudo em cima da outra.
Mônica Martelli - É, esse vai ser o maior exercício. Vemos programas de entrevistas em que isso acontece sempre.
Barbara - Vai ser o pior 'Saia Justa' de todos os tempos em relação de timing para falar e o melhor em termos de simpatia e humor. O diretor [Nilton Travesso] está pensando em instalar um negocinho de choque elétrico em nossos pontos eletrônicos... [risos]
Esse será o 12º ano do programa. Vocês eram telespectadoras das outras edições? Se inspiram em alguma das antigas apresentadoras?
Barbara - Eu não perdia um. Gostava muito da participação daquele rapaz, o Joelmir Betting e do [Fernando] Mitre... Acho uma pena que o Paulo Francis morreu [risos]
Mônica - Sempre adorei e conversava com elas pela TV. Acho que todas contribuíram para o que o programa é hoje.
Astrid - A primeira formação, com Rita Lee, Mônica Waldvogel, Fernanda Young e Marisa Orth, foi impactante. Eu invejei aquela roda e me sentia participante, um quinto elemento. Foi uma puta sacada e, ao longo dos anos, as outras participantes contribuíram para a consolidação da marca. É uma responsabilidade, dá medo.
Maria Ribeiro - A responsabilidade é grande. Logo nas primeiras gravações, falei uma barbaridade, que se fosse para valer... não sei não...
É vantagem o programa ser pré-gravado, dois dias antes de ser exibido?
Astrid - Fazer programa ao vivo é a minha especialidade. Gravado, você tem uma liberdade maior do tempo, mas depois sofre na edição. Dá um conforto.
Barbara - Fiz programa ao vivo no Bandsports e sempre falava bobagem. Gravado, me dá um certo conforto.
Mônica - O programa tem o espírito do ao vivo, por isso estamos aqui. Todas nós temos uma coisa espontânea. Trouxemos uma leveza.
Barbara - Eu sou conhecida pela minha leveza... [risos]
Como atrizes, Mônica e Maria, o público conhece o trabalho de vocês como personagens. Agora saberão mais sobre o que pensam.
Maria - Vamos virar celebridades [risos]!
Mônica - É uma exposição maior, mas é gostoso. Temos vontade de mostrar quem somos. Os personagens que fazemos, leva sempre um pouquinho de nós.
Astrid - Mesmo eu e a Barbara que, por formação, somos jornalistas, colocamos nossas experiências pessoais no programa. Essa é a pegada do "Saia Justa". Ele tem a pauta jornalística, temas atuais, mas também traz as nossas experiências.
Maria - Somos atrizes que tem tico e teco que conversam, um pouco [risos]
Como é trabalhar sob o comando da Astrid Fontenelle e do diretor Nilton Travesso?
Astrid - Faço o comando técnico da parada. Eu sou boa de timing e nem tenho vergonha de falar. A democracia é corintiana, cada uma é responsável pelo que cativa e pelo que fala.
Maria - A opinião de uma colega não necessariamente bate com as das outras. Eu gosto de provocar.
Barbara - Fiquei feliz de saber que não sou a única pessoa politicamente incorreta do planeta.
Maria - Só provoco porque tem a Barbara que é pior que eu [risos]...
Astrid - O Nilton fica no estúdio. Parece um maestro.
Existem temas proibidos?
Barbara - Coprofilia... [risos]
Astrid - Apresento outro programa no GNT, o "Chegadas & Partidas" e já tivemos vários temas, inclusive beijo gay. Temos permissão para tudo. A única coisa que deve ser nosso norte é a educação.
Barbara - E o bom senso.
Como vocês se classificariam?
Astrid - Sou bem generosa. Embora a gente tenha sede de falar, precisamos ouvir o que as outras têm dizer.
Barbara - Sou porreta. A Mônica é autêntica, a Maria, intelectual, e a Astrid, a general da banda.
Maria - Não sou intelectual. Sou belicosa.
Barbara - Ela já quis brigar comigo, vou pisar nela!
Essa edição terá apenas mulheres. O que vocês acharam da participação masculina no programa?
Mônica - Acho que os homens foram ótimos, mas mulher fala mais.
Maria - Achei ótimo eles sozinhos, deveriam ter um programa só deles, assim se soltam mais.
Barbara - O que mais tem é mesa redonda com homem. Esse [programa] aqui é nosso. Retomamos o território!
Há falta de espaços de debate na televisão?
Astrid - Acho que faltam pessoas interessantes e essa é uma vantagem da TV a cabo. Permite experimentar e ousar. A colocar não só a linda, a loira...
Maria - Não adianta dizer que a classe C não quer ver coisas de qualidade. 'Avenida Brasil' fez sucesso com todos os públicos.
Barbara - O difícil é falar com todas as classes em um nível elevado. Quero falar com todo mundo, não dispenso audiência.
Astrid - É o nosso desafio, falar com todos. E eu acho que sou meio high-low, sabe? Que mistura peças de roupas caras com outras baratinhas?
Barbara - É isso! Esse é um 'Saia Justa' bem high-low.
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