Panini investe em quadrinhos da DC para adultos, lança 'Stranger Things' e aposta em novo X-Men
Grupo editorial esteve na CCXP anunciando suas novidades para 2020
O efeito dos filmes de super-heróis é nítido nas histórias em quadrinhos. Não só o mercado cresce, como os longas conseguem interferir nas histórias contadas nas HQs, e vice-versa. A Panini comprovou isso ao anunciar suas novidades na sexta-feira (6), na Comic Con Experience em São Paulo.
Aguardada pelos fãs, uma das principais novidades da editora são as quatro edições de "Dinastia X", minissérie que reformula o universo dos "X-Men". "É algo que vai mudar definitivamente a cara dos X-Men para os próximos anos, uma nova empreitada para poder reposicionar os mutantes, obviamente visando os cinemas", afirma o editor líder da Panini Brasil, Levi Trindade, em entrevista ao F5.
O título é do roteirista Jonathan Hickman, que segundo Trindade, já conseguiu trazer elementos das HQs de Vingadores para o filme “Vingadores: Guerra Infinita”, como a raça de monstros que ele criou para acompanhar Thanos ao atravessar as barreiras de Wakanda.
"Muita coisa é incorporada dos quadrinhos com o passar dos tempos. E para os X-Men, eu tenho certeza que a Marvel vai aproveitar essa fase que eles estão entrando agora. Muita coisa mudou para os X-Men, e isso pode ser um novo começo para o cinema”, diz o editor.
Entre os exemplos famosos estão os quadrinhos que já conseguiram mudar até mesmo a aparência de um personagem –Nick Fury, por exemplo, que é originalmente um veterano de guerra caucasiano, e não negro, como nos filmes.
A cor da pele foi alterada primeiramente nos quadrinhos, diz Trindade, nos anos 2000, quando roteiristas pediram ao ator Samuel L. Jackson a permissão para usar suas feições no personagem. O ator não só aceitou, como pediu para que interpretasse Fury em uma futura adaptação para o cinema --o que aconteceu.
O caminho contrário também acontece: o Homem de Ferro piadista dos cinemas foi incorporado nos quadrinhos, nos quais, originalmente, ele era mais sério, assim como o Dr. Estranho. “A gente vai se adaptando ao gosto do consumidor, para que espelhe uma parte do que ele viu nos cinemas”, diz Trindade.
“Há muita procura por materiais relacionados a um filme quando ele sai (...) mas as editoras nem sempre estão sintonizadas com o que as pessoas veem na tela. O grande desafio das editoras é fazer esse público do cinema vir para os quadrinhos e permanecer."
Outra grande novidade anunciada na CCXP é o investimento da Panini em títulos do selo Black Label, que substituiu a Vertigo. Voltado para adultos, por conter violência gráfica mais forte e até erotismo, além de narrativas mais complicadas, o selo publica histórias de personagens da DC.
Entre as novidades estão "Batman – A Maldição do Cavaleiro Branco" (nove edições), "Batman – O Último Cavaleiro da Terra" (três edições), "Superman – Ano Um" (três edições) e “Arlequina – Harleen” (três edições).
“A DC, assim que encerrou o selo Vertigo, priorizou o selo Black Label. Aqui no Brasil, a gente precisa dar corpo a esse selo”, afirma Trindade. “Começamos neste ano com 'Batman: Amaldiçoado'. Agora, tudo o que era Vertigo vai passar a ser Black Label, inclusive 'Sandman'. Vamos trazer as grandes obras, focadas no Superman, no Batman e na Arlequina, porque tem filme anunciado."
Por último, mas não menos importante, destacam-se o lançamento de "Stranger Things – Volume 1", adaptação da série da Netflix, e "The Walking Dead", volumes 27 a 32, que serão os últimos da famosa série de zumbis. E uma coleção comemorativa dos 60 anos da Maurício de Sousa Produções, com livros focados em cada um dos personagens da Turma da Mônica.
Comentários
Ver todos os comentários