Nerdices

Novo jogo da franquia Far Cry tem primeiras vilãs mulheres e 'mostra como mundo pode ficar'

Roteirista de Far Cry New Dawn deu detalhes do game; lançamento é nesta sexta (15)

Ubisoft anuncia Far Cry: New Dawn, o novo jogo da série Far Cry
Ubisoft anuncia Far Cry: New Dawn, o novo jogo da série Far Cry - Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Onze meses após o lançamento de "Far Cry" 5, um novo jogo da franquia já entra no mercado e no portfólio da Ubisoft, empresa responsável por marcas como "Assassin’s Creed", "Just Dance", "Rayman" e "Watch_Dogs". Com história, estética e comandos diferentes dos últimos games, "Far Cry: New Dawn" traz a primeira vilã mulher da série. Ou melhor, as duas primeiras vilãs mulheres.

Mickey e Lou são as gêmeas que lideram o grupo de saqueadores impiedosos conhecidos por Highwaymen, que no cenário pós-apocalíptico em que se passa o jogo, migram de vila em vila para roubar o que encontram e realizar matanças sádicas.

"Eu me lembro bem de sentar para começar o jogo e pensar: 'deveria ser uma mulher dessa vez. Duas mulheres, ainda melhor'. Estou feliz por termos feito isso", diz a canadense Olivia Alexander, uma das roteiristas do jogo, em entrevista ao F5.

"Nós sabíamos que queríamos gêmeas desde que começamos a criar o 'Far Cry: New Dawn'. É uma ideia de progresso. E depois de 'Vaas', 'Pagan Min' e da família Seed, sabíamos que queríamos uma vilã mulher. Isso mostra uma nova energia; temos dois membros de uma família, unidas em uma mesma filosofia, mas com pensamentos diferentes. As pessoas verão nuances entre elas pelo jogo, mas a dinâmica é muito divertida", conta.

A missão principal do jogador é desestabilizar os campos de defesa das gêmeas e eliminá-las, para trazer de volta a harmonia e tranquilidade do grupo de sobreviventes. Outra diferença marcante no visual do game de tiro é a palheta de cores vibrantes, em especial, o rosa, que é predominante.

"No começo da produção tivemos uma grande reunião em que foi definido que o rosa seria a cor do jogo. Havia um período nos anos 1990 em que tudo era cinza e ‘grunge’, e queríamos fazer diferente”, diz Olivia. “Acho que as pessoas associam as coisas coloridas às mulheres, mas isso é atrativo para literalmente todo mundo.”

A cor pink é parte importante do cenário, marcada especialmente por conta da roupa de uma das gêmeas e das milhares de flores rosas, decorrentes do fenômeno “super bloom”. Na história, Hope County sofre uma catástrofe nuclear que demanda anos de recuperação. Em um salto temporal de 17 anos, as pessoas voltam a ver sol e chuva, podendo reorganizar suas vidas.   

"Levantamos informações de como o meio ambiente poderia mudar com um caos nuclear. Por exemplo, há o 'super bloom', e muitas flores rosas começam a aparecer decorrentes desse fenômeno real que acontece em desertos, quando chove depois de um longo período sem chuva", conta a roteirista.

"Fizemos pesquisas com meteorologistas e especialistas que poderiam especular o que aconteceria com o mundo se um evento desses ocorresse", explica. "O jogador vai vendo gradualmente como o mundo mudou. Quem já jogou 'Far Cry' verá cenários de outros jogos que mudaram completamente. Queremos criar essa ideia de que ‘o que foi perdido, foi perdido para sempre’ e não podemos nos esquecer disso. O jogo mostra como o mundo pode vir a ficar.”

"Far Cry: New Dawn" ocorre em um mundo onde não há indústrias, comércios ou internet, o que faz com que o jogador precise coletar todos os recursos que encontra durante as expedições (inclusive, no meio de um fogo cruzado, já que os saques são bastante rápidos), para criar suas próprias armas, veículos e outras ferramentas de níveis cada vez mais altos, à medida que progridem. Assim, o jogo vai se aproximando ainda mais de um RPG.

"Uma das coisas que pesquisamos muito é o que aconteceria com o conhecimento humano em apenas uma geração sem internet ou bibliotecas. Muito conhecimento se foi. Nós temos um personagem adolescente que só ouviu histórias do passado, inclusive uma sobre a Wikipédia", conta Olivia.

"Ele cresce sem ir à escola então sai por aí perguntando coisas como ‘o que é um orgasmo?’. Mas ele é só um lembrete engraçado de que muito conhecimento humano pode ser perdido. Então as pessoas devem tentar preservá-lo."

Ao longo das expedições para completar missões, o jogador viaja pelos Estados Unidos a partir da base, chamada Prosperidade, e passando por pântanos, cânions, parques de diversão e até mesmo a famosa prisão de Alcatraz –todos eles, destruídos.

"Bombas causam muita destruição, mas outra coisa que causa isso é a falta de pessoas para manter a infraestrutura. Uma cidade pode inundar, por exemplo. É obscuro e anacrônico. Mas explora uma evolução do mundo que pode vir à tona”, afirma Olivia.

O personagem do jogador também é completamente customizável e tem uma nova barra de vida que pode ser afetada ou não sofrer mudanças, a depender do nível dos inimigos. Para sobreviver, eles podem caçar, pescar e coletar novas armas e veículos cada vez mais selvagens.

Além de, claro, interagir com outros personagens como o pastor Joseph Seed, que retorna neste jogo, ou Nana, a favorita de Olivia. "Ela tem quase 70 anos, o que significa que não liga para o que as pessoas pensam mais. Então ela fala o que pensa, o que a torna muito divertida de se ter por perto. É interessante ver como as pessoas lidam com as crises de maneiras diferentes."

O jogador também irá se deparar com novos animais que podem virar fiéis escudeiros depois de muito adestramento, como os javalis. "Quando fizemos nossas pesquisas sobre áreas afetadas por radiação e como a vida animal continua, os javalis de destacaram. Talvez se víssemos um javali hoje, ele correria porque sabe que os humanos são perigosos. Ma no jogo, ele não corre; ele se aproxima do humano, porque não tem medo. Mas também há animais mais estranhos, por conta da radiação”, comenta a roteirista.

Com um gameplay ainda mais realista, o jogo avança nos desafios, rápidas respostas e individualidade, em comparação aos outros jogos da franquia. Em mundo aberto, podendo os jogadores recrutarem companheiros ou jogar em dupla, o game é uma sequência independente do "Far Cry 5", ou seja, não é o "Far Cry 6". 

"Far Cry: New Dawn" será lançado pela Ubisoft nesta sexta-feira (15) para Xbox One, Xbox One X e PlayStation 4 por R$ 179, e para PC (no stream) por R$ 129. A classificação indicativa é para maiores de 16 anos.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem