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Música
Descrição de chapéu tiktok

'Estou aberto a conversar e a evoluir', diz 'sambista branco' criticado no TikTok

Guto Cerqueira viralizou com vídeos em que canta clássicos do samba de maneira diferente

Augusto Cerqueira, 24, é paranaense de Paranaguá e faz covers de clássicos e modernos do samba - @gutodecerqueira no Instagram
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São Paulo

Nos últimos dias, de maneira repentina, a web se revoltou com um "homem branco cantando samba". Esse homem é Augusto, ou Guto Cerqueira, 24, que se surpreendeu ao ver suas redes sociais, antes não tão movimentadas, serem impulsionadas "do nada". Em seu perfil, ele compartilha vídeos cantando clássicos brasileiros à sua maneira.

Na última terça-feira (5), quando a fama recém-conquistada atingiu um pico, Guto compartilhou um vídeo no TikTok, no qual dizia não entender por que seus vídeos estavam chegando a 90 mil visualizações repentinamente. "Alguém pode me ajudar, me manda uma mensagem para me explicar o que é isso?", surpreendeu-se. "Porque eu sou uma pessoa legal e eu canto bem e, mais que isso, eu sou uma pessoa que vocês podem me xingar o quanto quiserem, porque eu vou continuar cantando."

Após "sentar e estudar o que estava acontecendo", o sambista conversou com o F5 e disse entender as reações do público à sua música, que sabe "o quanto pode soar diferente". Nascido em Paranaguá, no Paraná, ele explicou as influências que o trouxeram até o momento atual. Confira a entrevista abaixo.

Qual a sua história com o samba?
Minha história com o samba é mais longa do que as pessoas imaginam. Cresci em Paranaguá, que tem uma especificidade em relação à mistura de culturas. A cidade é a mais antiga do Paraná e tem uma efervescência forte de samba, de fandango e de teatro. Com 13 anos, comecei a vir para Curitiba para fazer peças e crescer na noite. Antes de me mudar para São Paulo, eu já fazia lá um show chamado "Retrô-Pi-Cália", que tinha a proposta de homenagear o movimento tropicalista brasileiro e misturar o samba com a MPB, o rock e bossa nova. Em 2020, eu comecei a fazer produções e lançamos três covers. Foi muito legal e teve uma boa repercussão, mas não como agora.

Como você recebeu, de início, os comentários negativos nas suas redes sociais?
Não foi do nada, mas foi relativamente repentino. Eu entreguei meu trabalho de conclusão de curso da universidade (uma montagem de peça teatral) na quinta-feira (30) e, na sexta (1º), a coisa começou a chegar nesse patamar. Primeiro em algumas páginas do Instagram, depois no Twitter (X) e no TikTok. Foi tudo muito rápido e eu não estava processando muito bem. Agora já entendi melhor. A partir do momento em que vi que a repercussão realmente seria grande e iria para os jornais, precisei sentar e estudar o que estava acontecendo.

Você acha que foram comentários injustos?
Não. Eu consigo entender o quanto [minha música] pode soar diferente. Consigo entender todas as possíveis reações. Esse é o mundo que a gente vive hoje. A gente tem que se adaptar ao impossível. Eu defendo que a arte seja sempre discutida. Eu sou um garoto de 24 anos que teve vontade de fazer aquilo. Estou aberto a conversar e a evoluir, e vou continuar cantando de maneiras diferentes.

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