Música

Xande de Pilares faz live de Dia dos Pais, mas sem presença dos filhos: 'Só após vacina'

Músico cantará de Revelação a Roberto Carlos, e lançará DVD em setembro

O cantor e compositor Xande de Pilares Washington Possato/Divulgação

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São Paulo

Se ainda não dá para voltar aos palcos, o sambista Xande de Pilares, 50, adaptou a laje da casa de um familiar, em uma comunidade do Rio de Janeiro, para receber sua banda neste domingo (9), Dia dos Pais. A ideia é homenagear todos os pais e ainda rememorar tudo o que ele viveu no morro na infância, seus sonhos e anseios da época em que, da favela, olhava ao horizonte e vislumbrava um dia levar alegria a seu povo.

"Estarei no lugar onde comecei a dar meus passos, no Morro do Turano. Onde comecei a escutar músicas com a família, minhas raízes. Onde comecei a sonhar. Quem mora no morro passa a vida olhando para a rua projetando um mundo que você ainda nem conhece", revela.

A partir das 14h desde domingo (9), o show será exibido pelo canal do músico no YouTube. Alguns membros de sua família, “devidamente mascarados”, estarão por lá, mas os dois filhos, de 20 e 21 anos, não estarão perto do pai. "Só vão ficar de casa. Só quando tiver vacina. Essa impressão de que está tudo bem é perigosa."

O repertório será eclético. Xande diz que não gosta de se manter em uma programação de músicas e prefere cantar o que vier à telha. O que ele gosta é de homenagear amigos e permear todas as fases de sua carreira –"Coração Radiante" e "Grades do Coração", da época do Revelação, são sambas que não devem faltar na playlist do músico.

Já na fase de carreira solo, que já dura seis anos, Xande deve tocar canções como, "Clareou", "Elas Estão No Controle", "Tá Escrito" e "Deixa Acontecer". Composições de autoria dele, mas entoadas por outras pessoas, também serão lembradas. Entre elas "Dependente do Amor" (Zeca Pagodinho), "Bola Pra Frente" (Maria Rita) e "Samba de Arerê", de Beth Carvalho (1946-2019).

O rei Roberto Carlos não ficará de fora. Xande tem um carinho muito especial pelo rei desde criança e ouvia, sem parar, "Eu Sou Terrível". "Vai ter porque foi o primeiro artista que me foi apresentado aos dois anos. Vou dar um jeito de encaixar alguma música dele ao som de samba."

Xande de Pilares diz que pretende lançar, em setembro, seu primeiro DVD solo, chamado Xande de Pilares, nos braços do povo. Era para já ter saído, mas a pandemia atrapalhou. Apesar disso, ele diz que esse período de quarentena tem sido produtivo.

Viciado em compor novas músicas, o artista revela que já criou pelo menos umas 190 canções novas só nesses cinco meses de pandemia. Segundo ele, um dia o público conhecerá as principais, sejam em novos projetos ou na voz de amigos cantores.

“A pandemia tem me feito prestar atenção a coisas que antes eu não prestava, principalmente a leitura. Li muita coisa que antes eu tinha preguiça e aprendi. Acabei vendo filmes que me fizeram acordar, como ‘O Poço’ [Netflix], e compus 189 músicas”, diz o artista, que tem mais de 3.000 canções compostas até hoje. “Gosto mais de criar do que de executar.”

Mas, infelizmente, nem tudo ele consegue fazer durante a pandemia. O contato com a família ficou reduzido. "Tem sido um pouco difícil, pois eu moro sozinho praticamente. Tinha o hábito de visitar minha avó de 91 anos e de passar na minha mãe que tem 71. Chegava sem avisar, de surpresa. Agora não pode. Nem na minha live a minha mãezinha [dona Maura Helena] vai poder participar. Todo o cuidado é pouco."

Outro ponto levantado é sobre a confirmação ou não do Carnaval 2021. A data continua em suspenso para o ano que vem –em São Paulo, por exemplo, a prefeitura debate com as escolas e blocos de rua a realização do evento em maio. Acostumado com a folia, o salgueirense fervoroso opina que não ter Carnaval é o melhor pelo momento, por "mais que isso seja complicado de ser dito".

"A melhor decisão é não ter Carnaval. Não era para ter tido nem em 2020, talvez não estivéssemos nessa situação. Mas já foi." E completa: "Se tiver Carnaval não vai ter graça, pode estragar a imagem dessa festa se houver resistência em fazer. Não dá para pular Carnaval com gente morrendo. Não gosto de amor pela metade. Amor tem que ser completo."

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