Música

Anastácia, parceira de Dominguinhos, lança seu primeiro DVD e libera conteúdo no YouTube

Show tem Zeca Baleiro e Mestrinho nas participações

Anastácia com show de forro pé de serra na praça do Patriarca, na Virada Cultural 2017
Anastácia com show de forro pé de serra na praça do Patriarca, na Virada Cultural 2017 - Divulgação
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Fabiana Schiavon
São Paulo

Com mais de 60 anos de carreira, a cantora e compositora pernambucana Anastácia, 77 anos, acaba de lançar o primeiro DVD de sua vida. “Eu Sou Anastácia” faz um novo registro de clássicos compostos por ela ao lado do ex-marido Dominguinhos (1941-2013), com quem ficou casada até meados dos anos 1960. Sucessos como “Canção pra Bob Marley” e “Só Quero um Xodó” estão no trabalho, gravado ao vivo.

Repleto de participações especiais, o material não será lançado em DVD físico: já foi totalmente disponibilizado no YouTube (veja abaixso). Só com Dominguinhos, Anastácia compôs mais de 200 canções.

“Sempre tive vontade de gravar um DVD contando a história de minha vida! Não somente um show, mas um registro definitivo da minha trajetória. Este projeto foi amadurecendo até o momento em que surgiu a oportunidade de gravá-lo em parceria com a gravadora Atração”, revela Anastácia.

Uma seleção de 19 canções faz parte do trabalho. “Escolher o repertório foi a etapa mais difícil”, diz, aos risos. “São muitas músicas pelas quais tenho grande carinho, mas tive que escolher. Então, segui a premissa de abranger toda minha carreira cronologicamente, ilustrando cada fase da minha vida, trazendo de volta muitas lembranças, mas olha que faltou muita música boa!”, diverte-se.

Acompanhada de sua banda, Anastácia cantou acompanhada de artistas como Zeca Baleiro, Mariana Aydar, Rappin’ Hood e ainda convidou os instrumentistas Diego Figueiredo, Targino Gondim e Mestrinho. “Sentei com a minha produtora para a escolha das participações, levando em conta as pessoas que me acompanham e que defendem a música nordestina, que é a minha praia.

Zeca é meu parceiro musical nos últimos anos por quem tenho grande admiração”, revela Anastácia –​que também já tinha carinho e admiração por todos os outros convidados. “O Mestrinho eu peguei no colo e acompanho a carreira dele, que vem crescendo a cada dia. Mariana é sangue novo no forró, com muita energia e talento. Happin’ Hood trouxe o inesperado para enriquecer a canção ‘Preconceito’, que fiz em parceria com Dominguinhos em 1974 e está mais atual do que nunca”, finaliza ela.

Rappin' Hood conta que foi surpreendido com o convite de Anastácia. "Eu já conhecia as músicas dela, mas não a pessoa. Um dia meu celular tocou e era o DJ Man, do Filosofia de Rua me falando do trabalho de sua tia, a Anastácia e eu fiquei muito feliz em receber o convite para essa parceria. "Foi muito gratificante cantar essa música com ela. Mesmo a canção tendo sido criada para ser um forró, ela tem como tema um assunto muito pertinente ao rap. Estamos juntos nessa luta", diz Rappin' Hood. 

'MINHA MÚSICA AINDA É ATUAL', DIZ CANTORA

O DVD “Eu Sou Anastácia”, que inicia com a citação dos versos da música “Sou Sertaneja”, da cantora e compositora que lhe dá nome, lembra de como Anastácia sempre retratou a vida no sertão, assim como Dominguinhos e Luiz Gonzaga (1912-1989), que foram seus companheiros na estrada por anos.

“Apesar de eu não ter nascido no sertão, e, sim, no Recife, desde os 13 anos eu viajo pelo sertão cantando. Sempre absorvendo e tentando entender a vida do sertanejo, com suas dificuldades, intempéries, mas sempre felizes e esperançosos”, explica Anastácia.

A cantora e compositora mora em São Paulo desde os 20 anos, mas afirma que nunca perde contato ou laços com o seu Nordeste. “Muita coisa mudou e precisa mudar ainda mais! O sertanejo é perseverante, acredita na redenção. Minhas letras são atemporais, falam de uma realidade que existirá sempre”, conclui.

Nos anos 1960 e 1970, Anastácia foi gravada por artistas de outros gêneros, segundo dados do Dicionário Cravo Albin. Foi o cantor Noite Ilustrada quem gravou a primeira composição de Anastácia, “Conselho de Amigo”, feita em parceria com Italúcia.

Em 1974, ela teve duas de suas músicas gravadas por Gal Costa, que regravou “De Amor eu Morrerei”, e Ângela Maria, que fez uma versão de “Amor que Não Presta Não Serve pra Mim”. Logo após o lançamento de seu primeiro DVD, Anastácia começava a organizar uma turnê. Até que foi surpreendida por um convite internacional.

“Adoraria sair em turnê contando a minha história, com a estrutura e a produção do DVD. Aí, fui surpreendida pela indicação ao Grammy Latino, então, na volta da viagem, seguiremos nesse projeto”, diz a cantora, que embarcou para Las Vegas, nos EUA, alguns dias antes da premiação. Ela foi indicada com o disco “Daquele Jeito!” (2017) na categoria álbum de música de raízes em língua portuguesa. Concorreu com Almir Sater & Renato Teixeira e foi a dupla que levou o prêmio.

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