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Turma da Mônica se mistura a personagens japoneses

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Mauricio de Sousa lembra-se bem da última vez que viu Osamu Tezuka.

Era 1989, ele estava no Japão e o mestre do mangá, seu amigo há alguns anos, saíra do hospital para encontrá-lo.

"Ele estava com uma aparência bem maltratada. Eu não sabia da gravidade do estado dele, começamos a conversar sobre projetos futuros e ele foi ficando animado. Combinamos de fazer uma animação juntando nossos personagens."

Semanas depois, Tezuka morreria de câncer, aos 60 anos, e o projeto da dupla ficaria esquecido --até há pouco.

Nesta semana, chega às bancas uma revista da "Turma da Mônica Jovem" que concretiza a conversa de 23 anos atrás: Mônica, Magali, Cascão e Cebola unem-se a Astro Boy, princesa Safire e Kimba, o leão branco.

"Nossos heróis se misturam para enfrentar madeireiros, gente que quer acabar com a floresta amazônica. Deu uma bela família de personagens, até um pouco conflituosa", diz Mauricio.

O brasileiro celebra a HQ não só por ser um velho projeto fraterno (ainda que não mais em formato de desenho animado), mas pela raridade.

"É a primeira vez que um estrangeiro recebe autorização para desenhar os personagens de Tezuka", diz.
O roteiro e as ilustrações da história (que sai dividida em duas edições, a próxima em março) foram feitos por sua equipe no Brasil e aprovados pelo filho do japonês.

Crédito: Divulgação Quadrinho em homenagem a Osamu Tezuka com Turma da Mônica consolando a princesa Safire e o Astro Boy
Quadrinho em homenagem a Osamu Tezuka com Turma da Mônica consolando a princesa Safire e o Astro Boy

MESMA FILOSOFIA

Mauricio e Tezuka conheceram-se em 1984, quando o japonês recepcionou o brasileiro em seu país (mais tarde, a cortesia se inverteria).

"Nós tínhamos uma filosofia muito parecida sobre o que devíamos passar para a criançada. Ele gostava da pureza, da humanidade dos meus personagens."

Na ocasião, Tezuka já era idolatrado no Japão e renomado no exterior.

"A história em quadrinhos dele é um 'storyboard', é um desenho animado. O traço dele é muito gostoso", define.

No embalo do primeiro encontro entre os personagens, o brasileiro já vislumbra as possibilidades comerciais que se abrem no exterior e cogita até mesmo criar histórias apenas com os heróis japoneses -algo que ainda precisaria ser negociado.

"Os personagens dele merecem o tratamento clássico, e nós sabemos fazer isso, o traço Tezuka como ele fazia."

Turma da Mônica Jovem
EDITORA Panini
QUANTO R$ 6,90 (128 págs.)

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