Geração Z resgata tendência e saia balonê ressurge com a ajuda de famosas
Peça bufante com bainha volumosa volta às passarelas e às ruas com adeptas como Zendaya
Uma tendência antiga e controversa foi resgatada pelo mundo fashion e vem ganhando cada vez mais adeptas entre as famosas: a saia balonê. O visual de bainha volumosa, que foi sucesso nos anos 1980 e ensaiou um revival no começo dos anos 2000, agora foi abraçado pela geração Z.
Esta deve ser a quarta onda de renascimento do item, surgido nos anos 1950, que, no passado, foi um visual adotado pela Princesa Diana e pela cantora Cyndi Lauper, entre outras. É provável que as mães ou avós dos mais jovens já tenham vestido a peça em décadas anteriores —uma verdadeira prova do movimento cíclico da moda.
Os dados não mentem. Pesquisa no Google Trends, a plataforma de tendências da big tech, mostra que a busca por saia balonê no Brasil alcançou seu pico em 2024. Entre janeiro e novembro deste ano, o volume de pesquisas no site foi, em média, 40 vezes maior em relação ao mesmo período de 2023.
Esse movimento reflete o retorno da peça como destaque. Nas semanas de moda mundo afora, ela esteve presente nas passarelas de marcas de grife como Miu Miu, Dior e Louis Vuitton.
O ressurgimento também teve a ajudinha de algumas famosas que já apareceram por aí com o item nada discreto, como Sabrina Sato, Pabllo Vittar, Adriane Galisteu, a socialite americana Kylie Jenner, a atriz Zendaya e a cantora Sabrina Carpenter.
Uma rápida busca na plataforma de imagens Pinterest já mostra alguns dos looks das celebridades para inspiração a quem interessar possa. Segundo a rede, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, o interesse de pesquisa por saia balonê e look com saia balonê aumentou 2.000% e 8.000%, respectivamente.
Seja curta, midi ou comprida, com estampa ou sem, colorida ou de cor mais neutra, a saia balonê vem tendo uma popularidade crescente, em oposição à tendência do quiet luxury, que vinha dominando até pouco tempo atrás.
É justamente no contraste com essa onda da baixa ostentação que pode morar o sucesso da peça menos certinha, de acordo com a consultora de imagem Ana Vaz. "A saia balonê vai na contramão do quiet luxury, que se caracteriza por cortes mais tradicionais e cores mais discretas", afirma.
"Ela atrai olhares, é marcante e diferente de tudo que a gente está vendo", continua ela, lembrando ainda de outro fator que pode estar influenciando o uso de quem nasceu já imerso na era digital: "É uma peça visualmente interessante para a rede social".
A peça bufante foi idealizada no pós-Segunda Guerra Mundial, na Europa, e foi popularizada pelas mãos de Christian Dior e Cristóbal Balenciaga. Segundo estudiosos, a ideia era comunicar, por meio do volume do tecido, a opulência, segurança e poder aquisitivo.
Assim como outros itens da moda, a balonê é controversa. Como amplia a silhueta e traz volume, pode despertar gordofobia, algo (infelizmente) comum no universo fashion.
"A gente sabe que nem todo mundo vai ser aplaudido por usar o que quer ou vai ser respeitado usando o que deseja. Uma mulher gorda talvez seja criticada por outras pessoas porque se desconecta da ideia de que não deve usar algo que deixa sua silhueta maior", afirma Vaz.
Para quem tiver interesse em beber um drinque com amigos ou ir a uma festa trajando saia balonê, a consultora dá algumas dicas de combinações. A ideia é aproveitar a versatilidade da peça.
"Existe tanto a possibilidade de repetir volume com volume, que acho interessante, ou usar uma peça com mais aderência na parte de cima. Nesse caso, pode ser legal usar uma camiseta, regata, body, corset ou algo mais sexy, com decote profundo", indica ela.
Para aquelas que querem quebrar o romantismo da balonê, coturnos e tênis de cano alto são ótimas opções para os pés.
Colaborou Vitoria Pereira
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