Diversão

Musical 'O Fantasma da Ópera' volta ao Brasil com glamour e proposta de ser fiel ao original

Ingressos para o mês de estreia em SP já estão quase esgotados

Espetáculo 'O Fantasma da Ópera',  com os atores Lina Mendes (esq.) e Thiago Arancam
Espetáculo 'O Fantasma da Ópera', com os atores Lina Mendes (esq.) e Thiago Arancam - Lenise Pinheiro/ Folhapress
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Descrição de chapéu Agora
Tatiana Cavalcanti
São Paulo

Treze anos após atrair 880 mil espectadores, o musical "O Fantasma da Ópera” volta aos palcos de São Paulo com novo elenco, mas com a mesma pompa da primeira montagem.

A nova temporada brasileira do espetáculo, que em janeiro deste ano completou 30 anos em cartaz na Broadway, em Nova York, estreia nesta quinta-feira (2) no teatro Renault, Bela Vista, região central de São Paulo, com direção de Harold Prince. Os ingressos para o mês de estreia já estão quase esgotados.

O clássico enredo que mistura terror, suspense e romance, escrito entre 1909 e 1910 pelo francês Gaston Leroux (1868-1927), tem as famosas canções musicadas por Andrew Lloyd Webber e letras de Charles Hart, entoadas em bom português. 

O tenor Thiago Arancam encara o desafio de atuar na pele do gênio musical que vive escondido no calabouço do teatro Ópera de Paris por conta de uma deformidade em seu rosto. 

No clássico enredo, o protagonista, sem lábios e sem nariz, tenta esconder sua face grotesca, coberta de carne morta, com uma máscara. Os rumores dão conta que ele é um fantasma. Temperamental, ele se afasta do mundo e vive isolado, até que escuta a doce voz de uma corista que chama sua atenção.

A bela e inocente Christine Daaé, interpretada pela por Lina Mendes, vira a obsessão do Fantasma, que se apresenta como Erik.

A jovem, noiva do amigo de infância Raoul, o Visconde de Chagny, que ganha vida com o ator Fred Silveira, fica hipnotizada pelo charme do Fantasma, um homem misterioso que vira seu mentor musical. Mas ele, apesar de momentos de ternura, é capaz de atos malignos para transformar sua musa em uma estrela da ópera e para conquistar seu grande amor.

Com trabalhos na Broadway, o diretor associado, Arthur Masella, explica o sucesso e longevidade do espetáculo já visto por mais de 140 milhões de espectadores em 35 países e 160 cidades, tendo se tornado, em 2014, a primeira produção teatral da história a atingir faturamento mundial de US$ 6 bilhões (R$ 22 bilhões). “É uma grande história de amor, universal, e tem uma canção marcante.”

O cenário suntuoso, os figurinos impecáveis e, claro, o famoso lustre, seguem os padrões do musical original da Broadway de três décadas, com algumas melhorias técnicas, quase como se o público brasileiro estivesse assistindo à peça no teatro Majestic, em Nova York, em 1988.

Os ensaios foram intensos e duraram dois meses, de acordo com a atriz Lina Mendes. “Eram dez horas de trabalho por dia. Só tínhamos folga uma vez por semana”, afirma. “Nem lembramos que tinha Copa do Mundo”, completa Fred Silveira, que participou como alternante dos dois personagens masculinos principais na montagem brasileira de 2005. “É um sonho voltar a fazer esse espetáculo.”

Thiago Arancam explica o processo para compor um protagonista tão complexo e dramático. “A preparação foi durante o ensaio, onde pude construir as camadas desse personagem que tem vontade de buscar o amor a qualquer preço. Mesmo com tudo isso, ele espera por compaixão."

A MÁSCARA ICÔNICA

Uma das características mais marcantes do musical “O Fantasma da Ópera” é a icônica máscara branca que cobre metade da face do protagonista, feita a partir de um molde do rosto do ator.

“Tudo isso para dar mais realismo a esse personagem dramático”, afirma Arancam. O ator e tenor conta que o processo foi lento e complexo. “Colocaram aquele capacete de gesso na minha cabeça, só sobraram os buracos do nariz livres. Fiquei assim por duas horas e meia. Foi claustrofóbico, porque perdi a referência. Quase traumático, bem complicado. Mas valeu a pena”, conclui.

A máscara icônica é feita com design original, segundo o diretor associado do espetáculo no Brasil, Arthur Masella. “Há várias versões [da máscara]. É fundamental, porque mostra duas facetas, a dualidade do Fantasma. Uma hora ele é romântico, na outra é um animal grotesco e perigoso”, afirma.

“A máscara tem vida própria. Mostra as emoções do Fantasma, que vão da sedução, do romantismo, passando pelo egoísmo e até a dor. Se ele lança um olhar com a cabeça mais baixa, tem uma intenção. Se eleva o olhar, outra atitude”, completa Rachel Ripani, diretora residente.

Outra curiosidade é que o ator que interpreta o protagonista leva cerca de 90 minutos para ficar pronto. Além disso, todo Fantasma tem uma máscara personalizada feita a partir de um molde do rosto.

A PEÇA EM NÚMEROS

Os números da produção brasileira do musical “O Fantasma da Ópera”, um dos mais populares do mundo, são impressionantes e mostram a grandiosidade do espetáculo há mais tempo em cartaz na Broadway, em Nova York.

O famoso e luxuoso lustre, que pesa 400 kg e despenca sobre a plateia, possui 75.025 lâmpadas. O espetáculo conta com dez máquinas de fumaça. O cenário possui 7.700 metros de tecido nas cortinas, 281 velas, 15 manequins em tamanho real, dez candelabros e um elefante em tamanho real.

O figurino, com 230 peças e 111 perucas, traz 35 máscaras usadas na música “Carnaval”.

A orquestra é composta por 14 músicos que apresentam canções que se tornaram clássicos, como “Music of the Night”, “Masquerade”, “The Point of no Return”, “Angel of Music” e, claro, “The Phantom Of The Opera”, tema clássico do espetáculo com batida marcante que anuncia a chegada do protagonista. 

O Fantasma da Ópera

  • Quando Quartas, quintas e sextas, às 21h; sábados, às 16h e 21h; domingos, às 15h e 20h - até 23 de dezembro
  • Onde Teatro Renault (av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - Bela Vista)
  • Preço De R$ 75 a R$ 300 (há meia entrada)
  • Classificação Livre.
  • Tel.: (11) 4003-5588
  • Capacidade: 1.530 lugares
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