Confira os vencedores na modalidade Grandes Gostosos das Olimpíadas de Paris
Físico é um critério relevante, mas a narrativa que eles provocam nos espectadores também
Durante muito tempo atletas femininas foram sexualizadas —até hoje, em vários esportes elas têm de usar roupas curtas e justas enquanto os homens podem usar roupas confortáveis. Felizmente, as múltiplas modalidades olímpicas nos oferecem um grande portfólio de torsos, braços e coxas masculinas para desviar o foco obsessivo que a sociedade tem no corpo das mulheres.
Desde o início das Olimpíadas de Paris, tenho selecionado os mais belos e tesudos competidores nos mais diversos esportes, com ajuda de meus seguidores e da grande massa de espectadores "esportivos" da internet. Um corpão de tirar o fôlego e um belo sorriso, aliados àquele olhar focado na melhor performance, são um critério de classificação importante.
Contudo, vamos combinar que físico padrão é comum entre atletas, né?
Por isso, outro importante critério de escolha foi a narrativa criada em cima de cada um deles, a fanfic que o inconsciente coletivo dos cronicamente online gerou a partir de seus desempenhos.
Seguem os DEZ classificados para a grande final!
Anthony Ammirati, francês, desclassificado no salto com vara – O atleta de 21 anos queria ter chance de chegar à final, mas não conseguiu porque derrubou o sarrafo quando tentou superar a altura de 5,7ms. Sua protuberante genitália, contudo, se chocou contra a barra, que, junto com seus sonhos, desabou no chão. A verdade é que ele já havia tocado no obstáculo com as pernas antes de seu púbis esbarrar nele, mas, como na internet o que vale é o meme, ele virou o homem que perdeu a classificação por causa de seu volumoso pau.
O jovem se espantou ao perceber que estava sendo exaltado por sua queda e, dizem, já recebeu proposta para tirar a roupa em frente às câmeras. Se ele tivesse aprendido com drag queens e travestis a aquendar a neca (ou seja, esconder o pau) nada disso teria acontecido. Mas como aconteceu, tem espectador sonhando com essa pirocada no sarrafo até agora.
Augusto Akio (japinha), brasileiro, bronze no skate park – Durante as competições de skate, o Brasil ficou impressionado com a precisão dos japoneses para realizar as manobras. Depois do bronze de Rayssa Leal, a impressão é que não teríamos nenhuma chance de medalhar diante deles nas outras competições. No entanto, o paranaense Augusto Akio, de 23 anos, foi lá e mostrou ginga, concentração, simpatia, um rosto lindo e um sorriso encantador. Ironicamente, seu apelido é justamente Japinha, devido à sua ascendência japonesa. O Brasil é uma terra de belezas muito diversas, e o skatista medalhista é uma dessas.
Teddy Riner, francês, ouro no judô – Nascido em Guadalupe, departamento ultramarino da França no Caribe, Riner é um dos maiores judocas da atualidade. Ele ganhou ouro na categoria mais de 100 quilos nas Olimpíadas de 2012, 2016, 2020 e 2024. Seu desempenho no esporte é impressionante, e seu porte também. Ele tem 2,04 metros e 140 quilos, ou seja, um homão daqueles, que provoca desejos casamenteiros nas casadoiras. É que ele parece ser um maridão, desses que compra flores, leva a amada pra jantar, prepara café da manhã, pega ela no colo etc. É uma fantasia romântica? Sim. Mas tem seu apelo, né?
Yusuf Dikec, turco, prata na pistola de ar dez metros por equipes mistas – Talvez o maior meme dessas Olimpíadas, o turco mexeu com os daddy issues de várias nações. Vi não sei quantas moças e moços e moces nas redes sociais tecendo narrativas sobre como era o dia do atirador: acordar, comprar pão, levar as crianças na escola, ganhar uma medalha, passar no supermercado, trocar a resistência.
Coincidentemente, conheci um turco em um bar dia desses e ele não conseguia entender por que as pessoas achavam isso sexy. Expliquei que é como o complexo de Édipo, só que ao contrário. A ideia de um homem grisalho comum, sem grandes músculos, mas aparentemente muito eficiente em utilidades da casa e atento ao seu quinhão de cuidados com os filhos mexe com a libido de muita gente. Não é bem meu tipo, mas quem gosta, não larga.
Waseem Abu Sal, palestino, boxe – Ele foi o primeiro palestino a competir no boxe em uma Olimpíada. O rapaz tem um rosto esculpido pelos anjos e pelo demônio do tesão também. Queixo definido, uma barba bem feita (afinal barba é a maquiagem masculina), um nariz grande e imponente e um olhar arrasador. Um olhar desses que te escaneia em milisigundos e que, se você olhar por tempo demais, capaz de se apaixonar. Ele caiu nas graças da internet por usar uma camisa bordada em que chamava atenção para os ataques armados de Israel contra Gaza, na cerimônia de abertura das competições.
Noah Lyles, estadunidense, ouro nos cem metros rasos – Noah tem asma, alergias, dislexia, TDAG, ansiedade, depressão e uma medalha de ouro no peito por ser um dos homens mais rápidos do mundo. Ele também se tornou um dos atletas mais odiados pelos torcedores de seu próprio país.
Um vídeo seu de 2023 criticando a NBA, liga de basquete dos EUA, e seus jogadores por usarem o termo campeões do mundo, mesmo sendo uma competição estadunidense, fez com que ele fosse massacrado por haters. Perceba, Noah é bonito, critica os Estados Unidos e tem uma saúde mental desafiadora. Tinha tudo para virar muso do X (antigo Twitter). E virou!
Ramzi Boukhiam, marroquino, surfe – Quem foi criado usando cadernos da Tilibra que tinham fotos de belos tubos na capa e vendo as ondas mais maneiras do mundo no Canal Off tinha a expectativa de que o surfe fosse um dos esportes mais incríveis de acompanhar. Ledo engano. Boa parte das baterias consistiu em ver pequenos atletas boiando na tela, para, com sorte, surfarem por poucos segundos.
Mas nem tudo está perdido quando você tem competidores com muita consciência corporal e uma tranquilidade advinda do excesso de endorfina e maresia. O marroquino Boukhiam despertou sonhos molhados (desculpa) com seu abdome definido e seu rosto de galã. Ele ainda garantiu a simpatia dos brasileiros ao perder para o brasileiro João Chianca nas oitavas de final, em uma das poucas baterias cheias de movimento dessas Olimpíadas.
Thomas Ceccon, italiano, ouro e bronze na natação – Thomas parece o Davi de Michelangelo, mas com mais volume na sunga. Ele tem os ombros largos indispensáveis à vitória de um nadador e olhos cor de piscina. Seu rosto é emoldurado por cabelos castanhos que poderiam ostentar lindos cachos se ele usasse o mesmo creme seda da Rayssa Leal.
Além de sua beleza eurocentricamente padrão, Ceccon chamou a atenção por ter sido flagrado dormindo no gramado da Vila Olímpica porque o quarto estava muito quente. Brasileiros adoram meme, adoram deboche e adoram saber que, no Rio de Janeiro, o atleta jamais teria tido esse problema. Pela performance dentro e fora da água, ele se classificou para essa final!
Leo Neugebauer, alemão, ouro no decatlo – Leo tem músculos definidíssimos, braços fortes e um bumbum tão bonito que poderia lhe render nacionalidade brasileira. Seu uniforme de competição sempre que possível está com o fecho aberto, o que valoriza seu peito malhado. Ele levou o ouro no decatlo, uma prova que reúne várias modalidades no atletismo e exige estratégia, força, rapidez, coordenação. Porém, o mais encantador a seu respeito é seu grande sorriso. Leo parece um cara que você encontraria num bom pagode ou jogando uma pelada na beira da praia.
Josip Vrlic, croata, jogador de pólo aquático – Josip também tem nacionalidade brasileira e chegou a competir pelo nosso país. Nessa edição, contudo, ele defende a Croácia. Dentre tantos atletas magros e definidos do pólo aquático, ele chama atenção por ter uma barriguinha mais protuberante, além de pelos ruivos no peito. Já ouviu falar em urso? É o termo que designa homens grandes e peludos, que não se encaixam no padrão de magreza. Existe uma nação de urseiros que se encanta por esse tipo, e Josip está bem posicionado para ser seu herói olímpico.
Pódio
Agora que os competidores foram apresentados, vamos aos vencedores! Não vale pedir revisão dos pontos, a decisão dos jurados é inquestionável.
Bronze - Ramzi Boukhiam: Por ter alegrado a tediosa transmissão do surfe enquanto os brasileiros esperavam por mais um tubo de Gabriel Medina, por ter perdido para Chianca e por ser lindo de morrer, o marroquino leva o bronze.
Prata – Yusuf Dikec: Um meme inegável com toda uma mitologia ao seu redor não poderia ficar fora do pódio. Sua posição política provavelmente é um desastre, mas a internet tem escolhido não se aprofundar nessa seara. Ainda bem. Por seu jeito de papai que resolve tudo, praticamente um unicórnio, Dikec leva aqui a mesma prata que levou nos jogos.
Ouro – Leo Neugebauer: Difícil negar um ouro para um homem gostoso, bonito e simpático desses. O Rio de Janeiro deveria oferecer o título de cidadão honorário pra ele amanhã mesmo para ele vir correr nas areias de Copacabana e virar muso de uma nova era da Bossa Nova.
Medalha Pierre de Coubertin: Fica uma menção ao país sede das Olimpíadas. É uma nação colonialista. A Vila Olímpica estava um forno de assar humanos. A comida oferecida aos atletas despertou nojo e revolta. A água do Rio Sena, palco de várias competições, despertou mais nojo, revolta ainda, além de hospitalizações. Mas, no geral, foi uma bela competição, com uma festa de abertura exuberante. E, mesmo com todos os seus defeitos, a França tem Teddy Riner, o maridão da timeline. Ele leva a medalha de mérito olímpico pelos seus grandes feitos no terreno da gostosura.
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