Sexo: Scat é uma prática extrema para os leigos, mas, se é consensual, não se meta
Fetiche que envolve contato com fluidos como urina, vômito e fezes bombou nas redes
Pense em alguma coisa e provavelmente existe algum tipo de fetiche envolvendo ela. Por que seria diferente com cocô? Sim, tem gente que se excita com fezes e esse desejo está contido no termo Scat – que também contempla urina, vômito, flatulências e outros potenciais excrementos do corpo humano.
Na última semana, a prática esteve na boca do povo das redes sociais como Twitter e Instagram porque Fernando Mais, ator que fez o personagem Zecão em filme da Turma da Mônica, foi "descoberto" como autor do perfil Gustavo Scat. Por vários dias, ele não teve paz. E alguns usuários das redes que não sabiam e não queriam saber mais sobre o fetiche também não: vídeos explícitos de scat apareceram nas timelines de muitos desavisados.
Decidi ir atrás de relatos de quem curte práticas sexuais envolvendo merda para entender melhor e, olha, é difícil encontrar quem curta – ou quem fale sobre. Fernando Mais (com seu pseudônimo Gustavo Scat) virou referência justamente por compartilhar conteúdo sobre o assunto em seu blog e em seu perfil do Twitter. Ele também lançou um livro chamado "Quero Scat: O Sexo com Cocô, Mijo e Peidos", que tem 500 páginas.
Em entrevista ao podcast Selfie Service ele conta que se sentia atraído por fezes e se achava doente e sozinho no mundo. Quando começou a escrever sobre isso, percebeu que existiam milhares de pessoas, de tipos muito variados. "O meu é um dos fetiches mais tabus, mas ele não é ilegal. Se tiver consenso, bom senso e for dentro da lei, seja feliz", disse.
Mais também contou no podcast que sua curiosidade pelo scat aumentou depois de um clássico que o Brasil ofereceu à internet global. Em 2007, começou a rodar a internet o vídeo 2girls1cup. Nele, duas atrizes se beijavam e se agarravam loucamente. Até aí tudo bem.
A questão é que a ação acontecia com muito cocô envolvido: elas cagavam num pote, se beijavam em torno dele. O vídeo que ganhou o mundo e despertou reações apavoradas é um trecho do pornô brasileiro Hungry Bitches. A partir daí, ele começou a pesquisar mais e a encontrar pessoas que gostam.
O fetiche pode parecer extremo ou obscuro, mas fato é que não precisa procurar muito no Google pra achar sites específicos, há inclusive um tipo de Onlyfans exclusivo para quem gosta, chamado Scatbook. Falando em Onlyfans, uma moça que produz conteúdo por lá me conta que já foi procurada algumas vezes por homens interessados em fotos ou encontros envolvendo fluidos.
"Um deles tinha tara por ser tratado como se fosse uma garotinha que tomaria o xixi na mamadeira e comeria o cocô como se fosse papinha", ela contou, dizendo que não topou porque não era muito a dela.
Assim como toda e qualquer prática sexual, o scat tem que ser conversado e acordado entre as partes. Se você curte, jamais faça como o personagem da história real "Um Lance", narrada por Deia Freitas em seu podcast Não Inviabilize. Nela, uma moça contou que conheceu um rapaz na padaria, eles flertaram, tiveram um encontro e foram pra cama.
Só que, no meio do sexo, o moço simplesmente fez cocô e disse que era só um lance que ele curtia. A moça teve que trocar o colchão porque o rapaz não teve consideração de perguntar se ela queria e, se ela quisesse, dar a ela a oportunidade de usar uma capa impermeável (ela não queria).
É óbvio, mas não custa repetir: scat é estranho e repulsivo para a maioria das pessoas, porém, se há consenso entre os parceiros, você não tem que se meter e julgar a vida alheia. como disse Fernando Mais no podcast Selfie Service: "Eu não fiz nada de errado, só tenho um gosto diferente".
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