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Tony Goes

Mais alegre que o esperado, Roberto Carlos diverte e emociona em seu especial

Programa teve tributo a Erasmo e duetos inéditos, mas sem grandes novidades

Roberto Carlos no especial de fim de ano da Globo 2022, todo de branco no palco
Roberto Carlos no especial de fim de ano da Globo 2022 - Reprodução
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A expectativa de muita gente era de um especial tristonho, cabisbaixo. Afinal, Roberto Carlos não vive uma boa fase. Ainda abalado com a morte de seu filho Dudu Braga em 2021, ele perdeu o irmão Lauro em março, deu broncas em fãs que o importunaram em seus shows entre junho e julho, e agora está sob o impacto de um golpe brutal: a morte do parceiro e amigo de uma vida inteira, Erasmo Carlos, em novembro.

Mas o que se viu na tela da Globo nesta sexta (23) em "Como É Grande o Meu Amor por Você" foi um cantor alegre, relaxado, com a voz mais afinada do que nunca. Trajando um terno branco com botões dourados que o deixaram parecido com o capitão de um navio – talvez uma propaganda subliminar do próximo cruzeiro "Emoções em Alto Mar" – Roberto Carlos entregou um especial que divertiu e emocionou na medida certa.

Teria sido impecável se a Globo não caísse na besteira de chamar jovens influenciadores digitais para comentar o programa, na vã tentativa de convencer a molecada de hoje a se interessar por um senhor de 81 anos. Bruna Griphao, John Drops, Patrícia Ramos e Vítor DiCastro até que se esforçaram, mas suas intervenções soaram forçadas e só serviram para esfriar a temperatura.



O primeiro bloco foi o mais longo e animado. Depois da obrigatória "Emoções", Roberto recebeu no palco a dupla Maiara e Maraisa, que o provocou com simpáticas cantadas e o frisson genuíno de cantar com o maior astro da música brasileira de todos os tempos. Os duetos com Luiz Carlos, vocalista do Raça Negra, também funcionaram bem, trazendo o suingue do samba para alguns clássicos do repertório robertiano.

Já o segundo bloco não foi tão bom assim. Roberto entoou a mais que manjada "Evidências", que regravou para a trilha de "Travessia", sob imagens da novela de Gloria Perez, não exatamente um fenômeno de audiência. Na sequência, cantou ao lado de Lucy Alves, a protagonista da trama, e também uma cantora e sanfoneira de talento. Mas o encontro dos dois não foi orgânico: estava mais com a cara da ação de merchandising que de fato era.

No terceiro bloco, um momento aguardado: a homenagem a Erasmo. A canção escolhida, "Amigo", não poderia ser mais óbvia, mas nenhuma outra seria mais apropriada. Roberto chorou, e o espectador também.

Dali em diante, foi Roberto Carlos "in concert", sem convidados a dividir os holofotes. Maria Bethânia, que chegou a ser anunciada, não foi, por alegados problemas de agenda. Uma pena, mas Roberto sabe muito bem se segurar sozinho.

Nenhuma novidade na reta final. Até a ordem das músicas é a mesma de sempre: "É Preciso Saber Viver", "Jesus Cristo", distribuição de rosas para a plateia. Que, dessa vez, se comportou bem e não levou bronca. Afinal, é Natal, e Natal é tempo de Roberto Carlos.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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