Se Joga estreia com ritmo frenético e derrota para a Record
Novo programa vespertino da Globo fica atrás do Balanço Geral
Pouco antes de encerrar sua primeira edição como titular do Jornal Hoje (Globo), Maju Coutinho conversou ao vivo, pelo telão, com os anfitriões do Se Joga.
Combinando nervosismo e empolgação, Fernanda Gentil, Érico Brás e Fabiana Karla praticamente obrigaram a nova apresentadora do telejornal a participar de um quiz sobre televisão: qual é o nome da nova novela das 18h? Como se chama a personagem de Juliana Paes em “A Dona do Pedaço”? Quantas temporadas já foram exibidas de “Sob Pressão”?
Maju, meio atordoada, soltou respostas certas e erradas, e o questionário terminou abruptamente. Ela ganhou? Perdeu? Não importa: todo mundo fez algazarra, e o Se Joga já estava no ar.
Foi assim que começou a nova atração vespertina da maior emissora do país, justamente em uma faixa horária em que há anos ela coleciona derrotas. O Balanço Geral da Record, com o quadro A Hora da Venenosa, de Fabíola Reipert, levou à lona não só o extinto Video Show como vinha batendo frequentemente os filmes da Sessão da Tarde.
Portanto, a responsabilidade do Se Joga é enorme. Concebido ao longo de todo um ano e ameaçado algumas vezes de nem ir ao ar, o programa finalmente veio à luz. E já deu um azar desgraçado: o assunto mais quente do dia, a admissão de Reynaldo Gianecchini de que é bissexual, estourou neste domingo (29), sem tempo hábil para trazer o ator aos estúdios do programa.
A presença de Giane foi prometida para esta terça (1º de outubro). Com luvas de pelica, os apresentadores do Se Joga só mencionaram que ele foi corajoso em falar de sua sexualidade. Enquanto isso, os programas da concorrência, sem compromisso com o galã nem muitos pruridos, deitaram e rolaram na discussão da entrevista que ele deu ao jornal O Globo.
A primeira convidada especial do Se Joga foi outra grande estrela da casa, Paolla de Oliveira, que frequentou as manchetes do fim de semana por uma razão bem mais prosaica: o entusiasmo de um motorista de aplicativo quando a reconheceu em seu carro, registrado em vídeo (que, agora suspeita-se, foi uma ação de merchandising da montadora para a qual a atriz é garota-propaganda). Uma participação simpática, mas sem o impacto que o programa precisava.
Mais divertida foi a intervenção de Paulo Vieira, que fez piadas sobre as agruras de ser pobre. O segmento foi ótimo, bem escrito, bem atuado e bem editado. O humorista se apresentará todas as segundas-feiras.
Mais problemático foi o quadro que abriu o segundo bloco, Que Conta É Essa?. Uma mistura de competição entre pessoas da plateia com serviço de utilidade pública, a brincadeira é até engenhosa –mas será forte o suficiente para vencer a concorrência?
Pelo jeito, não. Naquele mesmo momento, A Hora da Venenosa comentava o fortíssimo babado da expulsão de Phellipe Haagensen de A Fazenda –um babado, aliás, exclusivo da Record.
E aí, aconteceu justamente o que a Globo tanto temia: o Se Joga, preparado com tanto esmero, perdeu na largada para o Balanço Geral. Dados extraoficiais do Ibope circularam pelas redes sociais, apontando um placar de aproximadamente 10 pontos para a Record contra 7,5 para a Globo na Grande São Paulo, uma diferença considerável. O resultado consolidado só será conhecido nesta terça (1º).
Mas, a se considerar a reação das mesmas redes sociais, o Se Joga teve mais críticas do que aplausos do público. Claro que ainda é cedíssimo para decretar o fracasso do novo programa, mas não foi um começo alvissareiro.
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