Série 'Fear the Walking Dead' segue firme, mesmo depois de perder dois protagonistas
Segunda parte da 4ª temporada estreia nesta segunda (13)
Em março passado, eu visitei um set de filmagem da série “Fear the Walking Dead”, no Texas, a convite do canal AMC. Junto com outros representantes da imprensa internacional, conversamos com quatro dos atores principais do programa. Dois deles estavam faltando. Eu deveria ter desconfiado.
Se você ainda não sabe o que aconteceu com eles, pare de ler por aqui. Mas eu não estou dando nenhum spoiler: as cenas das mortes de Madison Clark (Kim Dickens) e seu filho Nick (Frank Spillane) foram ao ar em junho, no final da primeira parte da quarta temporada de “FTWD”.
Há cerca de duas semanas, os atores Colman Domingo (que faz o personagem Victor Strand na série) e Alycia Debnam-Carey (que faz Alicia Clark) estiveram em São Paulo para promover a segunda parte da quarta temporada, que estreia nesta segunda (13) no canal AMC. Tive a oportunidade de novamente entrevistá-los, depois do nosso encontro há cinco meses.
E a minha primeira pergunta foi: vocês conseguiram esconder tudo direitinho, hein? Porque todos já sabiam das mortes de Nick e Madison desde outubro do ano passado. A ausência de Frank Spillane e Kim Dickens no set era uma dica óbvia – que eu, no entanto, ignorei solenemente.
Minha segunda pergunta: como vocês estão se virando sem Kim Dickens? Isto porque todos os quatro atores com que falei no Texas – além de Colman e Alycia, também Lennie James e Garrett Dillahunt, recém-chegados à série – cobriram a atriz de elogios. Pelo que eu depreendi, Kim funcionava como uma espécie de “mãezona” do resto do elenco, exalando amor e sabedoria.
Alycia contou que foi um choque, mas que tiveram bastante tempo para se acostumar com a ideia. Ela também não tem do que reclamar: com a morte de sua mãe no seriado, Alicia Clark agora é a principal personagem feminina. Que passou, ao longo de quatro anos, de uma adolescente mimada a uma mulher de fibra, capaz de eliminar zumbis como se estivesse caçando moscas.
Virou tendência, nos últimos anos, que séries de sucesso matem alguns de seus personagens principais. “Game of Thrones” já trucidou quase metade de seu elenco, e “The Walking Dead” – a série da qual “FTWD” é derivada – também se livrou de alguns protagonistas. O risco é grande: o público pode não gostar de perder seus favoritos, e a história periga perder o rumo. Mas há uma enorme vantagem: a sensação de que ninguém está a salvo, o que aumenta o interesse.
O nono episódio da quarta temporada de “FTWD”, o primeiro da segunda parte, mostra que os roteiristas fizeram bem em cortar Nick e Madison. A trama ficou mais pungente, sem prejuízo para a ação. E os mortos-vivos continuam surgindo de maneiras inusitadas: logo na cena de abertura, alguns deles são levados pelos ares por um furacão.
Mas será que eles já não cansaram o espectador? Colman Domingo ri, e me lembra que “Fear the Walking Dead” é a terceira série mais vista da TV paga americana (“The Walking Dead” segue sendo a primeira). O “crossover” promovido pelos produtores, que misturaram personagens dos dois programas, deu certo em termos de audiência.
Uma última pergunta: “o apocalipse zumbi já começou?”. Colman nem pestaneja: “Sim, é claro. Os mortos-vivos já estão andando no meio de nós. É só olhar em volta”.
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