Previsões para o showbiz em 2018, o ano 'fake' que vem aí
As "fake news" foram manchete em 2017. Depois de eleger presidentes e separar países no ano anterior, elas se tornaram tão onipresentes que já fazem parte da paisagem. Agora cada um pode criar sua própria realidade, escolhendo e divulgando as notícias falsas em que prefere acreditar.
O resultado é que 2018 será um ano totalmente falso, "montado" feito uma drag queen e mais "Black Mirror" que uma temporada de "Black Mirror". Minhas tradicionais previsões de ano novo entraram em parafuso: a bola de cristal captou tantas versões conflitantes que todas são válidas e nenhuma é.
Por isso, é bastante adequado que a Copa do Mundo seja realizada na Rússia, o país onde se concentra boa parte dos produtores de "fake news" do mundo. Mesmo com transmissão ao vivo pela TV e pela internet, os jogos terão seus resultados disputados.
Cada país poderá crer que seu time venceu e que os outros placares são apenas armação da mídia. Em algumas timelines, a grande final acontecerá entre Islândia e Tunísia, com a Costa Rica se sagrando campeã.
Aqui no Brasil vai ser ano de eleições, fazendo com que as "fake news" trabalhem dobrado. Não importa quem seja eleito presidente em outubro: as acusações de fraude e golpe vão começar em fevereiro, e não vão parar nunca mais. Tudo armação da mídia.
Nossas estrelas do showbiz tampouco serão poupadas. Pabllo Vittar, recentemente denunciada por receber R$ 5 milhões via Lei Rouanet enquanto que o fechamento de um hospital condenava 500 crianças à morte, será uma das vítimas preferenciais dos falsários.
A cantora de "K.O." será acusada de envenenar os reservatórios de água de São Paulo, embolsar os salários do funcionalismo público e arrancar o couro de gatinhos para fazer perucas. Também será revelado que a verdadeiro Pabllo é um homem hétero, peludo e gordo, e que seu número não passa de ilusão de ótica e armação da mídia.
Anitta irá acelerar sua produção ainda mais. Lançará uma música por semana, depois uma por dia e, finalmente, uma a cada duas horas. Sempre variando os ritmos --funk, salsa, polca-- e os convidados especiais --Michael Jackson, Maria Callas e os Meninos Cantores de Petrópolis. Feministas e puristas irão atacá-la nas redes sociais, e muitos se convencerão de que o suposto sucesso da moça não passa de armação da mídia.
A Globo será comprada pela Disney, formando assim um conglomerado mais poderoso que a Estrela da Morte de "Star Wars". A próxima novela das nove, assinada por Aguinaldo Silva, terá Cauã Reymond, Homer Simpson e o Capitão América no elenco. Susana Vieira, em papel duplo, fará a Bela e a Fera. Ao mesmo tempo.
Os marqueteiros políticos contratarão roteiristas premiados, e a propaganda eleitoral terá personagens complexos, arco dramático e gancho para a próxima temporada. Alguns malucos irão se viciar e assistir em maratona; outros dirão que é tudo armação da mídia.
Talvez 2018 nem mesmo aconteça. Vai ser cancelado na última hora, porque sentiu dores fortíssimas e não conseguiu embarcar. No lugar do ano que iria começar, teremos um show do Maroon 5. Aposto que vai ser mais divertido.
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