Sem 'Game of Thrones' no páreo, prêmio Emmy está mais imprevisível do que nunca
Saíram nesta quinta (13) as indicações ao Emmy, a mais importante premiação da TV americana. Algumas categorias tiveram até sete indicados, o que reduziu bastante o número de flagrantes injustiças.
Mas, dessa vez, não há francos favoritos. A ausência da peso-pesadíssima "Game of Thrones" —que no ano passado levou metade dos 24 troféus a que concorria— abriu espaço para muitos outros programas. Mas nenhum deles tem o mesmo prestígio e sucesso que a série da HBO, que não pôde concorrer por não ter estreado uma nova temporada entre 1o de junho de 2016 e 31 de maio de 2017, o período considerado pela Academia da Televisão.
Isto quer dizer que teremos a corrida mais acirrada dos últimos tempos. Na categoria drama, por exemplo, simplesmente não há como fazer previsões. Entre os indicados mais fortes estão "The Crown" (Netflix), que já ganhou o Globo de Ouro em janeiro passado, e "Stranger Things" (Netflix), um autêntico fenômeno cultural.
Correndo por fora, uma queridinha da crítica: a distopia "The Handmaids Tale" (da plataforma digital Hulu, ainda indisponível no Brasil). E uma omissão notável: a polêmica "13 Reasons Why".
Na categoria comédia, a tricampeã "Veep" (HBO) tem seu domínio ameaçado por duas séries de elenco majoritariamente negro: "Atlanta" (exibida no Brasil pelo canal Fox Premium) e "Black-ish" (pelo canal Sony).
Alguns nomes importantes foram deixados de fora, claro. Eu, pessoalmente, lamento que o excelente Michael McKean (de "Better Call Saul", Netflix) não tenha emplacado uma indicação a ator coadjuvante em série dramática.
Por outro lado, acho bem feito que "The Tonight Show" (exibido por aqui pelo GNT) tenha sido esquecido entre os talk shows - provavelmente por causa da complacência do anfitrião Jimmy Fallon ao entrevistar Donald Trump em setembro passado, quando o atual presidente dos EUA ainda era candidato.
Duas tendências são bastante visíveis. A primeira é a profusão de astros de cinema que foram indicados: Robert De Niro, Jane Fonda, Nicole Kidman, Ewan McGregor, Jessica Lange, Susan Sarandon, Benedict Cumberbatch... Sinal inequívoco de que a televisão não é mais considerada uma espécie de limbo para onde iam as carreiras fracassadas na tela grande.
A outra é a ascensão irresistível dos serviços de streaming como Netflix e Amazon Prime Video, que estão dando o mesmo chega-pra-lá nos canais pagos como a HBO que estes deram nos canais abertos, duas décadas atrás.
Mesmo com algumas esnobadas, o Emmy 2017 reflete com precisão a riqueza e a variedade da televisão americana, ainda a mais influente e popular do planeta.
Agora é torcer pelos seus programas prediletos: a cerimônia de premiação acontece no dia 17 de setembro. Sem barbadas óbvias, promete ser mais emocionante do que de costume.
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