Ainda estou aqui emocionada com Fernanda Torres
Atriz vencedora do Globo de Ouro é brilhante em tudo o que faz, seja atuando, escrevendo ou se comunicando
Fui vencida pelo sono no domingo (5) à noite e não vi, ao vivo, Fernanda Torres ganhando o prêmio de Melhor Atriz de Drama no Golden Globe. Mas, às 5h da segunda-feira (6), quando vi na homepage do UOL que ela havia entrado para a história como a primeira brasileira a receber a estatueta, comecei a chorar.
Passei o dia inteiro emocionada, rindo com os memes, vendo e revendo todos os cortes de vídeos da premiação, me enchendo de amor com a vibração sincera de Selton Mello, tentando fazer leitura labial das indicadas que não levaram o prêmio e recebendo a nova brasileira Tilda Winston, já devidamente documentada com RG e carteirinha do SUS.
E aí vieram as entrevistas, e eu desabei de vez.
Primeiro foi a própria Fernanda Torres falando ao vivo com Andréia Sadi e seus companheiros no Estúdio i, da GloboNews. De óculos escuros, toda sorridente, brincando com o estado do seu cabelo e dizendo-se "totalmente varada", ela estava radiante.
Como ela consegue ser tão genial e tão simples ao mesmo tempo? Tão compenetrada e tão divertida? Tão culta e tão popular? Tão linda e tão humilde? Fernanda é brilhante em tudo o que faz, seja como atriz, escritora ou comunicadora. Uma gênia. E gata.
Mal me recuperei dessa conversa deliciosa e veio a outra pedrada: Fernanda Montenegro conversou ao vivo com Octavio Guedes e Julia Duailibi e leu uma carta que escreveu para a filha. Fiquei paralisada, assim como os apresentadores.
Não sei dizer quanto tempo durou a aula magna dessa mestra —talvez uma hora. Só sei que acompanhei tudo, vidrada, sem palavras. Entrei em algumas redes sociais e vi que todos os que tinham acompanhado Fernandona também estavam em êxtase.
E então Selton Mello deu uma entrevista ao vivo e comentou sobre seu trabalho. Primeiro, ele disse que não tinha vídeos de Rubens Paiva para compor seu personagem, só fotos, e que de certa forma, o que ficasse na memória das pessoas sobre o marido de Eunice Paiva seria o papel que ele representou.
Em seguida, Selton teve um insight avassalador e compartilhou uma das coisas mais profundas e tocantes que já ouvi na TV. Lembrou que Rubens Paiva foi torturado e morto pela ditadura militar e que seu corpo nunca foi encontrado. E que, ao fazer o filme "Ainda Estou Aqui", ele, Selton, mais do que emprestar seu corpo para interpretar o personagem, tinha dado seu próprio corpo para Rubens. Foi um depoimento muito intenso.
Daqui a alguns dias, vou me recobrar desse tsunami de emoções e me concentrar em torcer para que o filme seja um dos indicados ao Oscar. Mas, por enquanto, vou continuar me permitindo sentir todas as emoções dessa conquista da nossa arte, da nossa cultura.
Sei que não estou sozinha: somos milhões vibrando com essa boa onda, com esse prêmio, com esse reconhecimento internacional dos nossos talentos. Fernanda merece. O Brasil merece. Todos nós merecemos.
Que 2025 seja mesmo um ano de colheita e renascimento. Para todos nós.
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