BBB 22: E depois que acabar, o que vai ficar desta edição?
Com temporada sem carisma, sem charme, sem alma, celebremos seu fim
Todo mundo sabe o que acontece quando o Big Brother acaba: o vencedor é anunciado, ele cai de joelhos, chora, agradece aos céus, à família, fãs. E com razão, não deve ser fácil ficar confinado e isolado do mundo, das notícias e das redes sociais.
Depois a produção aciona a pirotecnia toda com luzes e foguinhos, rola uma comoção, alguns discursos e muitos pontos de audiência. Reality é realmente uma maratona para os participantes, para a equipe, os fãs, os comentaristas e todos os que orbitam em torno do produto de entretenimento mais rentável do Brasil.
Em seguida o ganhador leva o prêmio, dá entrevistas, aparece em todos os veículos de comunicação, recupera o tempo e as informações perdidas, recebe um monte de contratos de trabalho e surfa a onda de sua vitória. Normal, há 20 anos é assim. Ou era, porque essa edição teve um ingrediente a mais: o alívio de acabar!
Essa edição teve mais tensão que alegria, mais tédio que diversão, mais raiva que amor. A seleção do elenco foi equivocada, as provas não tiveram nenhuma graça, inteligência ou emoção (e, em alguns casos, não tiveram nem sentido). Faltou criatividade, faltou ousadia, faltou tudo. A única coisa que não faltou foi raiva. Todo mundo passou raiva em algum momento. Ou com o Thiago Abravanel querendo transformar o programa num retiro espiritual, ou com as pessoas errando os pronomes de Lina, ou com a presença de Eslovênia, ou com o Viny e sua cara de lambisgóio apaixonado atrás do Eli, ou com os erros do Boninho que botou dummy de dois metros e altura para simular a Jade. E como se não bastasse passar raiva com o programa na TV aberta e no pay-per-view, ainda passamos raiva com as pessoas de fora! Começando com alguns fandoms que quebraram o brinquedo de votação e terminando com a conje do pãozinho.
Mas nem tudo foi péssimo e flopado, algumas coisas foram maravilhosas no BBB 22: o comando seguro e sensível de Tadeu Schmidt, um maestro na condução do programa; o quadro de Paulo Vieira, um humorista absurdamente inteligente, carismático, uma pessoa única; as intervenções da Dani Calabresa; a descoberta final do quanto Scooby, D.G. e P.A. são bacanas; a alegria de ver Bad Nat desfilando. Procurando bem a gente acha umas coisinhas.
Mas, tirando tudo isso, o que ficou pra você desse BBB? Alguma coisa pra levar pra vida? Algum ensinamento, aprendizado ou momento inesquecível? Uma descoberta pessoal, um novo encantamento? Uma modinha para copiar? Não, né. Não ficou nadinha. Nem o biquíni de crochê da Jade, que depois de molhado leva 3 dias para secar, além de ser desconfortável. Nem os bucket hats, que ninguém vai usar no inverno. Nem os chinelos da Lina ou as receitas de gororoba dos meninos. Nada vai restar dessa edição.
O BBB 22 entra para a história como uma edição "fuén", sem carisma, sem charme, sem alma. Como disse o próprio Boninho (mesmo negando depois), a gente não via a hora de acabar. A hora chegou. Acabou. Celebremos.
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