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Jovem Pan e Tiago Pavinatto são condenados na Justiça por ofensas a dentista em programa

Caso aconteceu no ano passado, antes de o apresentador deixar o canal após divergências

Apresentador da Jovem Pan
Tiago Pavinatto na Jovem Pan: apresentador faz emissora ser condenada na Justiça por ofensa - Reprodução
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Aracaju

A Jovem Pan e Tiago Pavinatto foram condenados pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 10 mil a uma dentista que, ao vivo, foi chamada de estelionatária pelo comentarista em um programa da emissora. Ainda cabe recurso.

Em abril do ano passado, antes de sair da Jovem Pan, Pavinatto relatou uma situação que aconteceu com ele e acusou a mulher de roubar o seu dinheiro. O caso ocorreu durante o programa Os Pingos nos Is.

"Eu não sei se é uma boa ideia constranger. Mas vou contar esse caso aqui, é o seguinte; tem uma dentista em São Paulo muito fina, muito elegante, maior estelionatária que eu já vi na vida", afirmou. "Me deu um golpe pesado... fui à polícia, nada acontece, fui ao Judiciário, ela não tem bens... estelionatária profissional!"

A dentista disse à Justiça ter sido atacada em sua honra pelo comentarista, que perdeu pacientes após as ofensas e que passou a ser alvo de chacota, tendo de evitar amigos e familiares.

Sobre a dívida, afirmou que passa por dificuldades financeiras desde a pandemia e que Pavinatto, de fato, é um dos seus credores. "Ele se utilizou de um meio ardiloso e covarde para desabonar sua honra", afirmou seu advogado no processo, que foi obtido pela coluna.

A emissora disse à Justiça não ter qualquer ingerência sobre os comentários, que eles são de inteira responsabilidade de Pavinatto. Também ressaltou que o apresentador apenas exerceu o direito de crítica.

Pavinatto se defendeu no processo declarando que a liberdade de imprensa é um pilar fundamental da democracia. Disse que apenas relatou fatos verídicos.

A juíza Cristina Werlang, do TJ-SP, não concordou com a argumentação. Segundo ela, as ofensas proferidas por Pavinatto "não se coadunam com o direito de livre manifestação".

A juíza ressaltou que ele não estava tratando de uma notícia, mas abordando, sob o seu ponto de vista, fatos que ocorreram com a sua pessoa. "As adjetivações traduzem impressões moralmente ofensivas, superando os limites da liberdade de crítica", avaliou.

Em relação à emissora, a juíza afirmou que é também responsável pelos comentários feitos em sua programação, já que foi exibido em um programa produzido por ela. Além da indenização, a juíza determinou a retirada do vídeo com a ofensa do ar.

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