Justiça nega indenização ao pai de Alexandre Nardoni em processo contra a Record
Emissora alega que pedido de exclusão de foto da mãe do condenado era descabido por causa da grande repercussão do assassinato de Isabella Nardoni; cabe recurso
A Record venceu em primeira instância processo aberto por Antonio Nardoni, pai de Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos pela morte da filha, Isabella, em 2008. A ação corre no Tribunal de Justiça de São Paulo. Cabe recurso.
A coluna teve acesso à decisão em primeira mão. Antonio exigia uma indenização de R$ 20 mil por danos morais pelo fato de a emissora, em fevereiro, ter exibido sem autorização a foto de sua mulher, Maria Aparecida Nardoni, ao noticiar seu falecimento, em fevereiro deste ano. Procurada pela coluna, a defesa dos Nardoni não respondeu aos contatos.
"A família sempre fez de tudo para preservar sua intimidade e vida privada", afirmou em seu pedido. A defesa alega que seria compreensível sua publicação, caso a morte fosse anunciada com uma foto de Alexandre Nardoni —e não de sua mãe—, o que não foi o caso. Por isso alegam violação.
"Uma coisa é a ré informar o falecimento da mãe de Alexandre Nardoni, outra coisa, bem diferente, é utilizar e expor a senhora Maria Aparecida sem autorização e sem nenhuma necessidade", alegam os parentes de Alexandre, através de seus advogados.
A defesa da família Nardoni solicitou uma liminar inicial pedindo a retirada do ar de vídeos e links que informavam a morte de Maria Aparecida.
O juiz Pedro Bortolini rejeitou o pedido, concordando com a argumentação da Record, de que se limitou a noticiar fato verídico e que não cabia qualquer tipo de indenização por parte da emissora.
"Não se pode ignorar que a falecida é mãe de Alexandre Nardoni, envolvido em caso criminal de grande repercussão nacional e que suscita, até os dias atuais, interesse público, o que explica a razão da reportagem", disse o juiz.
Alexandre deixou a cadeia em maio, após 16 anos. Antes em regime semiaberto, ele estava estava preso desde 7 de maio de 2008 e passou a cumprir o restante da pena em regime aberto.
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