Streaming do SBT comemora sucesso rápido na web, mas descarta Casa dos Artistas
Lançado em agosto, +SBT viraliza com conteúdos antigos e música de ninar para crianças
Quando foi lançado no último dia 19 de agosto, pouco depois a morte de Silvio Santos (1930-2024), o +SBT já era cercado de expectativa por quem gosta de TV. A promessa de trazer de volta conteúdos clássicos da emissora atraia.
Com um mês no ar, o êxito foi maior do que o imaginado. Táticas dos canais 24 horas do streaming, que é gratuito, viralizaram. Campanhas também deram o que falar nas redes sociais. E os números para o primeiro mês estão acima do esperado pela empresa.
Desde o lançamento, são mais de 1 milhão de downloads na Google Store. Além disso, uma tática viralizou: o canal +Criança, dedicado ao público infantil, encerra sua programação diária às 20h30. Dessa hora até as 6h da manhã, ele passa a transmitir músicas de ninar para ajudar as mães a colocarem os filhos para dormir.
"A gente sabe como a vida da mãe brasileira é muito difícil, e uma das coisas que a gente quer com o +SBT é facilitar a vida do brasileiro. E uma delas é colocar seu filho para dormir. E a gente quer ser um aliado", diz Caroline Gazal, diretora de conteúdo digital do +SBT, em entrevista ao F5. "Nós não fizemos uma pesquisa formal, mas não é só percepção. Vimos isso em sites e revistas confiáveis sobre primeira infância."
Para Gazal, mesmo com alterações que o +SBT venha a fazer no projeto +Criança, a ideia de manter as músicas de ninar seguirá firme e forte. Outro ponto que deve permanecer envolve publicidade: o projeto infantil não tem comerciais.
"Não é que nem no YouTube, que um comercial inadequado pode entrar. Esse é o canal mais difícil, porque temos que agradar às mães e às crianças. Mesmo que a gente faça mudanças mais na frente, criança tem que dormir cedo. A programação das canções de ninar não vai mudar. Não é pontual", afirma.
Outros destaques são a transmissão em simulcast do próprio SBT, além de canais como o +Saudade, que reprisa atrações de apresentadores históricos da emissora, como Gugu Liberato (1959-2019), e o +Silvio Santos, que reapresenta atrações do fundador da empresa.
CUIDADO COM DIREITOS
Aos poucos, novos conteúdos serão adicionados, mas Gazal afirma que a empresa tem cautela. "Não posso gastar todo o meu cartucho, e existe a questão do direito autoral", explica. "Eu tenho que saber se posso usar aquele programa. Casa dos Artistas, por exemplo, eu não posso usar. Mas tem muita coisa, é um arquivo muito rico."
O mesmo vale para novelas, área na qual o SBT também tem um arquivo razoável. No início do mês, +SBT prometeu liberar uma novela bastante pedida pelo público se sua conta no Instagram chegasse a 500 mil seguidores durante o Domingo Legal com Celso Portiolli.
A meta foi batida e "Os Ricos Também Choram" (2005) foi liberada. Pouco depois, o folhetim "Seus Olhos" (2004) também foi disponibilizada. "A nossa ideia é liberar mais novelas durante o ano e com o tempo, à medida que formos conseguindo liberar", diz Gazal.
Outra aposta são os documentários de artistas da casa. Até o fim do ano, serão disponibilizados um sobre Hebe Camargo (1929-2012) e outro sobre Gugu Liberato, além do que foi feito sobre Silvio Santos. Gazal diz que os especiais não serão chapa-branca, mas não abordarão a vida pessoal dos ex-contratados.
"A gente conta a história dos nossos artistas, porque a gente via outras pessoas contando a história, e a gente precisava fazer isso", comenta. "Temos total liberdade para explorar erros e acertos. Mas é a história desses artistas envolvendo o SBT. A vida pessoal deles não nos diz respeito."
Em curto prazo, o +SBT espera aumentar sua participação em TVs. "A experiência na televisão é muito diferente de outras plataformas. Eu quero muito que as pessoas nos assistam pela TV. No curto prazo, é isso que queremos", afirma.
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