Globo e Galvão Bueno não irão renovar contrato, e narrador deixará a emissora de vez em 2025
Atual acordo do narrador esportivo só dura até o fim deste ano e não será continuado
Uma história de 43 anos vai chegar ao fim em dezembro deste ano. O narrador Galvão Bueno, 74, não vai continuar na Globo em 2025. Seu vínculo não será renovado por uma vontade das duas partes.
A coluna apurou que, até lá, Galvão vai cumprir compromissos que ainda tem com a Globo. Um deles é um reality show para achar um novo narrador para a área de esportes da emissora. O locutor vai comandar os trabalhos ao lado de Karine Alves.
Outros dois projetos estão previstos: quadros para o Esporte Espetacular e um especial de fim de ano, que estava previsto no contrato assinado em 2022.
A partir de janeiro, Galvão retoma os investimentos em seu canal no YouTube. Por causa da Globo, ele havia cessado um planejamento que tinha para fazê-lo crescer. Em 2023, o narrador chegou a transmitir um jogo ao vivo da seleção brasileira que marcou alta audiência e incomodou a empresa.
Agora, Galvão pretende voltar a ir atrás de direitos de transmissão de vários eventos e tem o planejamento de voltar a narrar. Seu canal também mudará de nome, passando a levar seu nome próprio e deixando a nomenclatura Canal GB.
Seu projeto no digital é tocado pela Play9, empresa gerida pelo youtuber Felipe Neto em parceria com João Pedro Paes Leme, ex-executivo esportivo da Globo. Além do fim do acordo na parte artística, Galvão também deixará de ser agenciado pela Globo no mercado publicitário.
Procurada pela coluna, a Globo diz que "não comenta detalhes de contrato". "Ainda para este ano, há sim programas previstos com a participação de Galvão, que ainda serão divulgados", completa a emissora.
A TRAJETÓRIA DE GALVÃO BUENO NA GLOBO
Galvão começou a trabalhar na Globo em 1981, após fazer sucesso como a voz da Fórmula 1 na Band em 1980. Seu primeiro trabalho na emissora foi a narração do jogo entre Jorge Wiltersmann (BOL) e Flamengo pela Libertadores daquele ano. Cobriu as Copas do Mundo de 1982 e 1986 como segundo narrador. Também fez os Jogos Olímpicos de 1984.
Assumiu a titularidade de narração na emissora em 1987 e comandou a equipe na Copa de 1990. Em 1992, houve uma saída de dez meses para a extinta Rede OM (1982-1993), após ser convidado para ser diretor de Esportes. Naquele ano, foi o responsável por mudar a Libertadores de patamar na TV brasileira, com a exibição do primeiro título continental do São Paulo.
Após divergências com a Rede OM, retornou à Globo no início de 1993. Fez as Copas de 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. Foi a voz do tetra e do pentacampeonato da seleção brasileira. Esteve também nas Olimpíadas de 1996, 2000, 2004, 2008, 2012, 2016 e 2021.
Sua última Copa do Mundo foi em 2022, no Catar. Desde então, passou a ter contrato com a área de entretenimento da emissora. Teve um quadro no É de Casa e fez parte da equipe que cobriu os Jogos Olímpicos de Paris em julho.
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