Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Krishna Mahon
Descrição de chapéu Sexo

Dicas pro Dia do Orgasmo

A próstata tá doida atrás de você, e o clitóris abandonado sonha com dias melhores

Ilustração do artista Victor Gáspari - @narizcoletivo no Instagram
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ah, leitor, você não deveria precisar de uma desculpa pra gozar, mas a Phoda Madrinha mandou avisar que domingo (31) é Dia do Orgasmo, e este texto pode te ajudar a chegar lá.

Nasci com pele oleosa, alergia, pé chato, testa grande e, além disso, tenho uma saúde bem ruinzinha, mas o que nunca me faltou: orgasmo. Gozo sozinha, acompanhada, no sarro, naquele sexo sem o menor sal e, também, gozo até sem querer. Ou seja, sou quase um homem, rs. Sim, porque para mulheres essa facilidade, infelizmente, é raríssima.

O orgasmo nada mais é do que uma experiência psicossomática rápida —dura alguns segundos e, na maior parte das mamíferos masculinos, rola a ejaculação. O orgasmo feminino é um tabu, e Freud mais atrapalhou que ajudou. Calma, leitor, vou explicar.

Em "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade", de 1925, Sigmund Freud decretou que o prazer e o orgasmo feminino de uma mulher madura e saudável estavam centrados na vagina. Orgasmos clitorianos eram imaturos, infantis e evidência de um distúrbio mental. "Nesta mudança da zona erótica orientadora, [...] residem as principais condições da propensão das mulheres às neuroses, em particular à histeria."

É, Freud entendia de psicanálise, mas de mulher...

Nos anos 1950, Alfred Kinsey entrevistou 18,6 mil homens e mulheres, e concluiu o que qualquer mulher ou homem com um mínimo de experiência e noção sabe: a grande maioria das mulheres goza pela estimulação do clitóris, que tem 8 mil feixes nervosos. Segundo ele, a insistência em um orgasmo vaginal era reflexo da presunção dos homens "quanto à importância da genitália masculina". Vráááá! Não phode, Freud.

Apesar de o clitóris ser a estrela do orgasmo feminino, boa parte dos homens que acham o Wally, acham pelo em ovo, acham até chifre em cabeça de cavalo, mas na hora de achar o bichin... nada. Foca na parte de cima da entrada da perereca, criatura! A quantidade de homem que insiste em descer o dedo pro extremo oposto, o território de ninguém, aquele mais perto do fiofó, sabe? Tá certo que os caras não têm Waze, GPS, Google Maps, mas tenho amiga que já teve a coxa chupada. Sim, ser mulher é phoda, e tem muito cara mandando mal.

Phoda Madrinha te dá uma mãozinha, rs.

Voltando pra vagina, tem os pontos A, O e G. Não fique triste, eu também não sabia que tinha isso tudo, e olha que eu tenho perereca.

Por mais que o homem hétero topzera não se permita chegar nem perto do ânus, há comprovação científica de que a próstata tá lá, doidinha pra ser estimulada. Se eu fosse você começava pressionando o campinho (só por fora mesmo), aquela região entre o saco e o fiofó, mas não pararia por aí. Para as mulheres o buraco é mais embaixo.

Há duas semanas a gente (Folha; ai, como eu tô íntima!) publicou uma pesquisa americana falando que o estímulo anal pode potencializar o orgasmo feminino para 4 em cada 10 entrevistadas. "O resultado destacou três formas de toque anal mais prazerosos: ao redor do ânus (40% das entrevistadas); superficial (toque na superfície, com penetração máxima equivalente à ponta do dedo —35%) e toque com estímulo pareado (40%).

Neste último, as mulheres também têm uma penetração anal superficial, mas enquanto o dedo, o pênis ou o brinquedo estão inseridos, também ocorre sexo vaginal ou masturbação do clitóris". Das entrevistadas, 28,3% são adeptas da dedação premiada (que nem eu), preferem o dedo do parceiro; 25,7% são as guerreiras que curtem o pênis; 17,4%, sex toys; e 15,4% confessaram que nunca tentaram.

Dá pra ter orgasmo só com o estímulo dos mamilos, pasmem! Fora que a pele é o nosso maior órgão, e muita gente esquece desse e outros mergulhos sensoriais.

O legal é estar aberto, seguir explorando o seu corpo e o do parceiro, tentando não cair no sexo roteirizado, aquele em que a gente sabe exatamente o que vai acontecer. Quem viveu relacionamentos longos sabe do que estou falando.

A Phoda Madrinha torce para que você goze nesse Dia do Orgasmo, e também em toda a vida.

Krishna Mahon

Jornalista e cineasta indicada ao Emmy, é apresentadora do SexPrivé Club da Band. Foi produtora da Discovery e diretora de conteúdo do History.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem