Zapping - Fefito

'Onde Nascem os Fortes' inaugura nova era das protagonistas femininas

Novela quebra paradigma da mulher frágil e dependente

Alice Wegmann em cena de "Onde Nascem os Fortes"
Alice Wegmann em cena de "Onde Nascem os Fortes" - Reprodução/ Instagram
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"Onde Nascem os Fortes" chega ao fim nesta segunda-feira (16) rompendo com alguns clichês de novelas da Globo. Apesar de seguir apostando no tradicional melodrama, a trama de George Moura e Sergio Goldenberg não repete o costume de mocinhas sempre brigando por homem. Pelo contrário, a história foi subvertida.

Tanto Maria (Alice Wegmann) quanto Cássia (Patricia Pillar) deixaram bem claro que não fariam suas vidas girarem em torno de seus pretendentes. Enquanto uma chegou a sequestrar o amado Hermano (Gabriel Leone), a outra investigou o próprio parceiro, Ramiro (Fábio Assunção). Maria deixou claro que não seria propriedade de Simplício (Lee Taylor). Ao descobrir que o namorado estava com Valquíria (Carla Salle), mostrou-se alheia à questão, deixando claro que era ele que tinha de desatar os próprios nós. Cássia usou da proximidade do juiz mau caráter para libertar a filha. As duas mulheres, donas de si, são donas do próprio destino.

Tanto Maria quanto Cássia inauguram uma nova nas protagonistas femininas de novelas da Globo. São mulheres que não temem partir para cima do que querem, que veem seu futuro independente de seus pares e podem até mesmo partir para extremos, como pegar em armas para lidar com um mundo machista e violento.

Outra quebra de paradigma trazida por "Onde Nascem os Fortes" foi a maneira como o sertão nordestino é retratado. Apesar de ermo, o ambiente está totalmente conectado, com os personagens usando a tecnologia a seu favor. O cenário da trama das onze nem de longe lembra as novelas de realismo fantástico ambientadas em cidades cenográficas do Projac com atores apelando para sotaques duvidosos e precisando ir resolver coisas na capital.

Responsáveis por sucessos como "Amores Roubados" e "O Canto da Sereia", George Moura e Sergio Goldenberg mais uma vez mostraram que são ótimos para escrever histórias adultas, repletas de temas fortes, mas, para além disso, entenderam o momento que o mundo vive, no qual mulheres mostram sua força.

Fernando Oliveira

Fernando Oliveira, 34, conhecido também como Fefito, é formado em jornalismo e pós-graduado em direção editorial. Teve passagens pela "IstoÉ Gente", "Diário de S. Paulo", "iG", "R7". Apresenta os programas "Estação Plural", na TV Brasil, e "Mulheres", na TV Gazeta. A coluna "Zapping" é publicada diariamente no jornal "Agora", além da coluna "Olá".

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