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De faixa a coroa

Miss Brasil Mundo diz que não é fácil ser fofa o tempo todo: 'É preciso estar psicologicamente bem'

Caroline Teixeira lembra como superou adversidades, sempre linda e sorrindo; concurso nesta quinta-feira (4) elegerá sua sucessora

Miss Brasil Mundo 2021, Caroline Teixeira

Miss Brasil Mundo 2021, Caroline Teixeira Raffa Rodrigues/Divulgação

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Às vésperas de passar à frente a coroa de Miss Brasil Mundo, a brasiliense Caroline Teixeira, 24, fez um balanço de sua jornada na indústria, bastante afetada pela pandemia de Covid-19. "Os formatos das minhas coroações, estadual e nacional, foram históricos. Sou a primeira miss coroada em casa e depois venci o Miss Brasil num palco sem público, ambos durante uma pandemia global", conta.

Já em dezembro passado, em Porto Rico, sua experiência no Miss Mundo foi um pouco mais complicada. Uma onda de diagnósticos positivos de Covid-19 entre as misses fez com que a organização internacional cancelasse o show final e mandasse todas as meninas de volta para casa. O espetáculo foi reagendado para março de 2022, quando a polonesa Karolina Bielawska levou a melhor.

"Foi ali que constatei, de fato, que é preciso estar bem psicologicamente para ser miss e enfrentar as adversidades", analisa. "Não guardei imagens tão boas de lá, já que vi colegas chorando ou desesperadas pela situação. Também senti medo e fiquei triste, mas com muito apoio de todos, superei bem".

Por conta de tudo o que ela e sua família vivenciaram, a pandemia continua sendo um trauma a ser enfrentado. "Tenho muito medo. Passei por momentos difíceis e tristes, com pessoas próximas que não se salvaram. Minha mãe que também contraiu a doença e esteve internada na UTI, mas agora está bem".

Na noite desta quinta (4), em Brasília, uma entre 36 candidatas será eleita sua sucessora e iniciará uma preparação intensa para defender o país na 71ª edição do Miss Mundo (ou Miss World, no original). Carol exalta que, para o posto, é preciso muita garra e engajamento social.

"A responsabilidade é imensa. Primeiramente, a Miss Brasil Mundo deve ser comprometida, forte, e sensível às causas sociais. A dedicação é integral, pois ela vai representar a voz de uma nação. Esse é o real papel de uma miss", enumera.

O Miss Mundo é um dos principais concursos de beleza do planeta. Comandado pela Miss World Organization, que também realiza o Mister Mundo, faz parte do chamado grand slam da beleza, onde estão também o Miss Universo, o Miss Supranational, o Miss Grand International e o Miss International. Apesar de ter sido lançado em 1951, o Miss Mundo começou a contar com representantes brasileiras apenas em 1958, sendo a pernambucana Sônia Maria Campos a primeira representante do país.

LUTA CONTRA A HANSENÍASE

Para Carol, os melhores momentos de seu tempo à frente do posto foram, principalmente, nas atividades ligadas às causas sociais. Nos últimos 12 meses, ela viajou o país todo para apoiar a luta contra a hanseníase, principal causa social da organização nacional.

Este é um grave problema de saúde pública, e a plataforma do certame dá espaço ao seu combate há 10 anos. O Brasil hoje está em segundo lugar em registros de incidência da doença, que é uma das mais antigas da história, com relatos de casos desde 600 a.C.

"Acredito que minha sucessora vai continuar o trabalho do concurso de lutar pelas causas sociais desse país", diz Carol. "Conseguimos no meu reinado, juntamente com o Morhan [Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase], algo incrível que foi arrecadar verba para comprar o eletroneuromiógrafo, um aparelho caríssimo usado para o diagnóstico, que doamos para o Hospital Santa Marcelina, em Rondônia".

A jovem conta que superou um câncer quando era mais nova e por isso, além da hanseníase, também fez questão de dar atenção aos pacientes com a doença. "Sinto uma imensa sensação de dever cumprido. Foi uma experiência única e engrandecedora. Hoje sou uma Caroline diferente".

Nem tudo são flores e as atitudes tóxicas de usuários nas redes sociais a magoaram bastante. "Tive uma surpresa negativa quando me deparei com o ataque de haters nas redes sociais. Não faço mal a ninguém, não estou acostumada com esse tipo de tratamento".

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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