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De faixa a coroa

Da passarela à organização: miss Brasil assume versão nacional de concurso que a consagrou

Gaúcha Júlia Guerra será a nova responsável Miss Latina Brasil

Júlia Guerra Arquivo Pessoal

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Já famosa no mundo dos concursos de beleza, a miss Julia Guerra está prestes a ver as competições por uma perspectiva diferente. Antes competidora, ela agora integra a equipe organizadora do Miss Latina Brasil, etapa brasileira do concurso internacional Miss America Latina del Mundo. Ela mesma venceu em 2013 a competição nacional e a internacional da franquia.

“Recentemente houve o encerramento do contrato com a diretoria brasileira do concurso, que envia uma representante daqui para disputar o Miss America Latina Del Mundo. E foi quando as donas da competição entraram em contato comigo, perguntando se eu tinha interesse em ser a nova coordenadora”, conta Júlia.

“A ideia foi amadurecendo e eu indiquei uma pessoa que eu superconfio, que é o Michael Costa, para estar à frente desse projeto e entrei na equipe de organização, junto com o Luciano Viana”, completou ela, que hoje em dia é graduada em quiropraxia e especialista em coluna vertebral.

A gaúcha é um dos destaques do mundo miss dos últimos anos. Apaixonada por concursos de beleza desde criança, ingressou na carreira ao representar sua cidade, Soledade (RS), na etapa estadual do Miss Brasil Universo, em 2010. Ela perdeu, mas depois não desistiu e venceu em seguida o Miss Latina Brasil e, posteriormente, o internacional Miss America Latina del Mundo.

Júlia conta que ficou próxima da organização do evento, o que motivou o convite para comandar o Miss Latina Brasil, também chamado de Latina. “Acabou que eu nunca perdi esse vínculo, tanto que todo ano eles me convidam para ser jurada nas finais, mas nem sempre dá para ir, sem falar que agora estamos em pandemia."

NOVIDADES A CAMINHO

Michael Costa, que encabeça o novo projeto para o Miss Latina Brasil, ao lado de Júlia Guerra e Luciano Viana, considera que o principal objetivo é tornar o certame uma das principais competições de misses brasileiras. Ele avalia que a franquia Latina já tem uma certa tradição no Brasil, já que envia candidatas ao internacional desde a década de 1980.

Mesmo assim, ele pretende modernizar a franquia e fortalecer sua presença nas mídias sociais. “Essa já é uma marca no estadual gaúcho, que conta com a minha coordenação desde o ano de 2018. Vamos trabalhar com meios, como podcast, revista e canal no YouTube, que serão ampliados a nível nacional e irão fortalecimento d marca”, diz.

Segundo Michael, o primeiro Miss Latina Brasil sob nova gestão está programado para acontecer entre novembro e dezembro deste ano. Claro que a data depende da cidade-sede e do andamento da vacinação contra a Covid-19. “Hoje posso contar que estamos em negociação com hotéis na serra gaúcha, em Florianópolis e também no estado do Rio Janeiro”, revela.

Além disso, por causa da pandemia, a dona da coroa de 2021 será indicada, sem seletiva e concurso. Nessa esteira, Michael reconhece que a pandemia prejudicou os concursos de miss de uma maneira geral, assim como todo o setor de eventos. Inclusive, a própria Júlia Guerra contraiu à doença em abril.

“Com certeza todos sofremos com a pandemia. Nos eventos de miss não é diferente. No estadual gaúcho do latina, não sofremos um impacto quanto ao interesse das candidatas em participar. Entretanto, tivemos que alterar duas vezes a data de realização e isso também interferiu na participação de empresas apoiadoras”.

CRIATIVIDADE E CONTEÚDO

O jornalista considera que, para sobreviver no meio, é preciso ter a internet como aliada e apostar em inovações e flexibilidade. “A pandemia estimulou a ampliar ainda mais o trabalho no online. É fundamental apostar em conteúdo de qualidade e ter uma preocupação com a imagem do evento.

Segundo ele, a ideia é “mostrar que, além de um espetáculo, o concurso é uma vitrine para diferentes profissionais mostrarem seu trabalho. A figura miss está no imaginário das pessoas como uma personalidade que influencia e representa a cultura de uma comunidade. Por isso, é fundamental mostrar isso e investir em uma conexão com o público.”

Apesar de não ser muito popular por aqui, o Miss América Latina del Mundo é um grande certame de beleza, que atrai candidatas de vários países e olhares de todos os cantos do planeta. Como o próprio nome diz, o concurso celebra misses nativas de países da América Latina, além de meninas que tenham ascendência latina e morem em outros países, podendo assim representá-los.

“O Latina busca mulheres que sejam muito mais que um rosto e corpo bonitos. Ao falar e se expressar, é preciso mostrar conteúdo, sabendo abordar diversos assuntos e, sobretudo, cultura. Um dos objetivos é a miss representar uma história por trás da faixa que carrega. Eu, em 2013, não era a favorita, nem a mais bonita, mas sempre tentei me destacar pelos princípios e essência que carrego comigo, e deu certo”, diz Júlia.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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