Concursos de miss apostam em perfis fora do padrão para sobreviver na pandemia
Para se manter nos holofotes, disputas buscam diversidade e miscigenação
Para se manter nos holofotes, disputas buscam diversidade e miscigenação
Não é novidade que sobreviver em meio à crise do novo coronavírus tem sido um desafio em muitos negócios mundo afora, principalmente para o setor de eventos. Por conta do distanciamento físico recomendado pelos órgãos sanitários, evitar aglomerações é uma regra mestre, o que invalidou quase que 100% a agenda de cerimônias e reuniões de qualquer tipo em 2020.
Assim como muitos artistas e cantores, os concursos de beleza sentiram muito esse impacto, mas encontraram escape nas transmissões ao vivo pela internet. A clara desvantagem, assim como para os shows de música, é que as lives não imprimem a mesma emoção da presença das misses no palco com a torcida da plateia. Exemplo disso já foi visto em abril, quando o Distrito Federal remodelou às pressas a etapa preliminar do Miss Brasília e, pouco depois, realizou a coroação de forma virtual.
Cada vez mais escassos, porém essenciais para a sobrevivência das disputas de miss e mister, os patrocinadores também pouco se empolgaram com essa nova modalidade virtual. E para manter os investimentos, a saída para os organizadores, como em muitos outras linhas de mercado, foi inovar para não fechar.
A palavra de ordem, então, é se manter presente e não perder a relevância do setor, além de garantir um fluxo mínimo de retorno financeiro. Por isso, antes das atuais adaptações para retomada dos concursos, eles tratarem de garimpar postulantes com perfis fora do padrão, fazendo da diversidade a característica dessa nova fase.
O Miss Brasil Mundo, por exemplo, vai ter na próxima edição sua primeira candidata proveniente de um concurso 100% étnico, o Miss Coreia Brasil, realizado em São Paulo no início de outubro. Outro exemplo é o Miss Rio de Janeiro CNB, etapa carioca do Miss Brasil Mundo, que terá este ano uma candidata surda e outra toda tatuada, além de irmãs gêmeas defendendo a mesma faixa.
Impossível deixar de citar ainda a goiana Rayka Vieira, que recentemente foi anunciada como a primeira mulher trans em um concurso de miss nacional nos moldes tradicionais.
Os perfis citados estão fora dos padrões comumente vistos nas disputas de miss, que costuma ser bastante conservador. Tanto é que o país teve sua primeira Miss Brasil Universo negra só em 1986, com a gaúcha Deise Nunes, e levou 30 anos para que outra mulher negra ocupasse o posto, a baiana Raíssa Santana, em 2016.
Em terras estrangeiras, nas últimas semanas ganhou evidência no Miss Colômbia Universo a postulante Patricia Cuero, que tem uma pinta que cobre parte de seu rosto. Na imprensa do vizinho latino, evidenciam uma quebra de estereótipos e apontam a miss como favorita ao trono.
Ou seja, é muito notável que existe uma certa resistência em arriscar eleger perfis mais representativos de minorias nos concursos de beleza. Porém, enxerga-se uma luz no fim do túnel, que ficou mais evidente com a recente abertura promovida, sem querer, pela pandemia da Covid-19. Mas essa tendência pode ser anterior.
No final do ano passado, a vitória da sul-africana Zozibini Tunzi, uma mulher negra de cabelos curtíssimos no Miss Universo 2019 já havia sido apontado como novidade. Isso por ser uma mulher negra e pelo fato de a maioria das misses tem cabelos longos, o que tornou-se implicitamente um padrão.
A crise sanitária trouxe a todos nós uma visão diferente e mais realista da vida, e por sua vez o mundo miss acompanhou esse direcionamento e traz, finalmente, uma representatividade mais justa e equilibrada. Ponto pra eles!
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