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Zapping - Cristina Padiglione

Globo reforça normas que restringem manifestações políticas ao seu elenco

Grupo pede que funcionários e colaboradores não se posicionem no ambiente da empresa

Com exceção de Cássia Kis, elenco de 'Travessia' fugiu de questões políticas em festa de lançamento da novela - Fábio Rocha 4.out.2022/Globo
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São Paulo

Diante do ímpeto de tanta gente disposta a se posicionar nessas eleições, e até de algumas personalidades que nunca antes haviam manifestado voto, a Globo reforçou recentemente com seu elenco e demais profissionais os princípios da casa sobre o assunto.

Todos os profissionais podem se manifestar sobre preferências políticas, exceto jornalistas, evidentemente, por força do ofício. Mas todo posicionamento só deve ser feito fora do ambiente Globo.

Isso explica por que na última semana, durante o lançamento da novela "Travessia", os atores driblaram como puderam várias perguntas sobre política e eleições feitas pelos repórteres presentes nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro.

A autora Glória Perez seguiu pelo mesmo caminho. "Vamos falar de novela?", perguntava ela.

Apenas Cássia Kis saiu desse trilho, ao confirmar que conversa com os colegas sobre política nos bastidores, a fim de defender o voto no atual presidente, Jair Bolsonaro, na contramão de 95% de seus colegas. Isso tem criado inclusive um clima constrangedor nos bastidores.

Questionada sobre as normas que regem as restrições impostas ao elenco, a Globo informou que a política interna referente a eleições não é nova e existe há muitos anos, sendo sempre atualizada e divulgada em anos eleitorais para todos os funcionários.

"A Globo cumpre rigorosamente a legislação eleitoral e tem uma política interna sobre eleições alinhada à sua posição de neutralidade e isenção", informa a emissora, por meio de sua área de Comunicação. "A Globo reitera que não apoia qualquer candidato e que, em questões eleitorais, se limita a realizar a cobertura jornalística das eleições, seguindo seus Princípios Editoriais."

"Por isso, nos períodos eleitorais", segue a nota, "conversamos com os profissionais do nosso casting para relembrá-los sobre as regras que, entre outras restrições, impedem que contratados da empresa que desejem se candidatar estejam no ar em qualquer programa. Não existe proibição de manifestações políticas pessoais dos talentos artísticos, desde que não vinculadas à Globo, inclusive em eventos presenciais e nas redes sociais."

"Elas não podem envolver ativos da Globo, como instalações da empresa, cenários e figurinos de personagens, etc. Não são permitidas manifestações de apoio a partido ou candidato em propagandas eleitorais no rádio e na televisão. Essas regras são essenciais para que não seja comprometida a percepção do público sobre a isenção da empresa."

A emissora faz ainda a ressalva óbvia, mas nunca dispensável de ser lembrada, que "aos jornalistas, no entanto, pela natureza da função, são vedadas manifestações de apoio eleitoral em quaisquer instâncias".

Vários atores e alguns apresentadores têm defendido suas escolhas para essas eleições em suas redes sociais, como aconteceu com Fátima Bernardes, que pela primeira vez manifestou seu voto, no caso, em Lula, na véspera da votação em 1º turno.

O mesmo se aplica a José de Abreu, no ar em "Mar do Sertão", um dos mais conhecidos defensores de Lula, que sempre apresenta seus argumentos em suas contas em redes sociais.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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