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Zapping - Cristina Padiglione

Maria Fernanda Cândido revela perrengue para viver mulher de mafioso

Atriz fica pendurada em helicóptero em 'O Traidor', filme sobre Tommaso Buscetta

Maria Fernanda Cândido em 'O Traidor'
Maria Fernanda Cândido no filme 'O Traidor', de Marco Bellocchio, sobre o mafioso Tommaso Buscetta - Reprodução trailer/YouTube
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Muito se falou sobre a presença de Maria Fernanda Cândido em "Animais Fantásticos -- Os Segredos de Dumbledore", filme da saga Harry Potter que chega aos cinemas nesta quinta-feira (14) em todo o país. Mas a atriz estará em cena também em outra produção internacional, já que também nesta quinta estreia "O Traidor", filme de Marco Bellocchio em que ela interpreta Cristina, a terceira mulher do mafioso Tommaso Buscetta, que viveu no Brasil em duas épocas diferentes e foi extraditado para a Itália.

Entre ser a bruxa do ministério da Magia do Brasil e a senhora Buscetta, vale apostar que ela esteve bem mais próxima do perigo no filme sobre o italiano que fez cair os maiores contraventores da Cosa Nostra, organização mafiosa siciliana, nos anos 1980. Basta dizer que a brasileira aparecerá em cena pendurada a um helicóptero.

"Eu fiquei dois dias pendurada e eles puxavam os meus cabelos. Mesmo com o truque [cenográfico, de segurar e controlar a força das mãos de quem puxa os cabelos], não dá para fingir muito, tem que haver alguma verdade, e eu vi chumaços de cabelo irem embora", contou ela à coluna após uma sessão especial de pré-estreia no Petra Belas Artes, em São Paulo, na noite de terça-feira (12).

"Foram dois dias filmando essa sequência, com amarras de segurança presas ao meu corpo, em um espaço com um chroma-key gigantesco. Depois do segundo dia, eu estava toda cheia de hematomas", revela.

Jonas Bloch, Maria Fernanda Cândido e Pierfrancesco Favino
Maria Fernanda Cândido entre Jonas Bloch e Pierfrancesco Favino em cenas rodadas no Brasil para o filme 'O Traidor', sobre Tommaso Buscetta - Divulgação

COPRODUÇÃO INTERNACIONAL

O cineasta André Ristum, escalado pela produtora Gullane para servir como ponte entre a equipe italiana e a brasileira nas filmagens do longa-metragem, confirmou: "As cenas não foram gravadas com a mesma altura que você vê no filme, claro, mas ela ficou pendurada por uma altura bastante razoável", contou. Fabiano Gullane, sócio da produtora, também esteve presente na ocasião, em debate após o filme, sob mediação do jornalista Luiz Carlos Merten.

A coluna se abstém de explicar como Cristina, personagem de Maria Fernanda, vai parar nessa situação, a fim de não dar spoiler, mas a sequência, que demandou ainda a presença de uma dublê, de fato contou com imagens da própria atriz e é um dos momentos tensos do filme sobre Buschetta, vivido por Pierfrancesco Favino.

Maria Fernanda contou que tentou por várias vezes entrar em contato com Maria Cristina, a viúva de Buscetta, que até hoje vive sob proteção do governo italiano, com colaboração do governo americano, escondida em algum lugar nos Estados Unidos. Mas não conseguiu qualquer conexão com a personagem real.

Em 1992, Seis anos após a condenação de vários mafiosos delatados por Buscetta em um processo que contou com a confiança que ele estabeleceu com o juiz Giovanne Falcone, o magistrado morreu em um atentado cinematográfico (na vida real, digo), reproduzido por Bellocchio, que insere imagens de telejornais da época em "O Traidor" para relatar a comoção do país em torno do assunto.

Pier Francesco Favino (de branco) e Maria Fernanda Cândido (azul)
Maria Fernanda Cândido ao lado de Pierfrancesco Favino no cartaz do filme "O Traidor", de Marco Belocchio, sobre Tommaso Buscetta - Divulgação

O filme honra o histórico de grandes realizações de Bellocchio e é uma aula sobre o caminho percorrido pela Itália para a Lei Antimáfia, que está completando agora 40 anos. O longa é uma coprodução entre Itália e Brasil, com parcerias de Alemanha e França, e fez parte da seleção do Festival de Cannes ainda em 2019, tendo seu lançamento aqui retardado em função da pandemia.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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