Colo de Mãe

Dar o peito é preciso; só 4 em cada 10 bebês menores de 6 meses têm aleitamento exclusivo

Dados divulgados na Semana Mundial do Aleitamento Materno, que termina nesta quarta (7), mostra o longo caminho a percorrer; não é fácil, mas é necessário

Edson Silva/Folhapress
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Descrição de chapéu Agora

Assim como “navegar é preciso”, amar é preciso e maternar é preciso, amamentar é um ato necessário. Mas, o que deveria ser natural para nós, como é para fêmeas de diversas espécies, acaba não sendo tão fácil. Sem apoio, ajuda, informação ou conhecimento, muitas mulheres desistem.

Não fiz parte da estatística. Conhecimento, determinação e apoio me ajudaram a amamentar minhas filhas em livre demanda, por seis meses, mesmo trabalhando muitas horas por dia e fazendo plantões em fins de semana e feriados. Depois, minhas meninas mamaram cada uma a seu tempo, mesmo já comendo outros alimentos.

O leite materno é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como o alimento necessário para fornecer todos os nutrientes nos primeiros meses de vida de uma criança. É gratuito, está em temperatura ideal, pode ser dado a qualquer momento, sem restrição, evita alergias e infecções e não provoca intoxicação alimentar.

Estatísticas divulgadas nesta Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada entre 1º e 7 de agosto, mostram que apenas quatro em cada dez bebês do mundo todo recebem o leite materno nos seis primeiros meses de vida.

A OMS recomenda aleitamento exclusivo por seis meses, sem que seja necessário dar nem mesmo água para o bebê. Depois, a amamentação deve ser mantida até, pelo menos, os dois anos de idade. Falta de informação e de apoio, além do preconceito ainda faz com que muitas mulheres não consigam amamentar.

Quem busca saber mais sobre o tema pode aproveitar o projeto “Do Peito ao Prato”, do Sesc. No estado de SP, há vários eventos sendo promovidos. Em sescsp.org.br é possível acessar a programação.

Empodere-se e crie laços

Neste ano, a semana de aleitamento é voltada para o empoderamento de mães e pais, para que possam seguir com a amamentação.

Para mim, amamentar foi uma das grandes vitórias da minha vida. Não só pelos laços que criei com minhas meninas, mas por toda a força que o aleitamento me dava. Eu acredito que, ao mesmo tempo que alimentamos um filho, somos alimentadas pelo amor e pela força feminina. É mágico e encantador saber que de nós sai a comida necessária e que faz as crianças crescerem saudáveis.

Mas como eu disse, tive apoio e informação. Para mim, informação é o motor da sociedade e com a amamentação não é diferente. O apoio necessário dos que estavam ao meu lado naqueles momentos (meu companheiro, meu ex-chefe, minha atual chefe e minha mãe) foram determinante para que eu conseguisse alimentar Laura e Luiza com o melhor que elas poderiam ter.

O que eu digo a quem busca o caminho da amamentação, que é um dos mais difíceis da vida materna, é: não desista. Uma hora dará certo. Não tenha medo de perguntar nem vergonha de tentar. Não ache que sei leite é fraco. Você pode. Você é capaz. Siga em frente!

Agora

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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