Colo de Mãe

Quem pensa que o cansaço de um filho é difícil, não sabe o que é tentar ter e não conseguir

Querer e não poder ser mãe é dolorido

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Não. Eu não estou tentando ter a terceira filha, mas já fui uma mãe tentante. E sei a dor que é querer ter um bebê e não conseguir. Descobri, quando quis engravidar da minha primogênita, que não seria tão fácil. Precisei fazer um tratamento, que começou em 2005. Dois anos depois, Luiza nasceu.

Lembro-me das dificuldades, da busca por médicos e do diagnóstico. Também me lembro como era difícil, no início, fazer o tratamento. São milhares de exames e remédios que trazem efeitos colaterais, além da incerteza. Eu chorava a cada teste negativo. E quis desistir. Foi quando engravidei!

Embora te digam para relaxar, pois só dessa forma a gravidez ocorrerá, não é fácil. Ninguém relaxa quando sabe que talvez não consiga trazer um filho ao mundo. Mas, o tempo é consolador e acolhedor. Duas filhas depois, estou eu aqui, para falar com as mães que tentam e as que reclamam.

Sim, criança cansa, dá trabalho, dificulta a rotina e congela planos, mas a pior dor é a de querer ter um filho e não poder. Então, só por hoje, relaxe um pouco e agradeça. Para as mães que buscam ter seus bebês: não desistam. É difícil, mas é preciso persistir. Dará certo!

E, para as mulheres que não sabem se querem ter filho, se começam a tentar ou não, é hora de ouvir o coração e entender o seu próprio corpo. A idade chega, o relógio biológico não para e a quantidade de óvulos diminui com o passar dos anos. A natureza é cruel conosco. Por isso, a decisão sobre ter ou ter não filhos precisa ser consciente, firme, pautada no conhecimento e com um olhar profundo para dentro de si. Desistir pode ser fatal.

Agora

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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