Filme 'Ana e Vitória' é comédia sobre jovens em busca de amor baseado na vida das cantoras
Ana diz que mãe ficou cabreira com cenas do filme, que estreia nesta 5ª
As cantoras Ana Caetano e Vitória Falcão, ambas de 23 anos, que formam o duo Anavitória, estreiam no cinema nesta quinta (2) com filme "Ana e Vitória". A comédia romântica e musical é baseada na história da dupla. Toda a trilha sonora é inédita e composta por Ana. Na parte fictícia da trama, as duas vivem diversos amores, com meninos e meninas, enquanto descobrem o seu talento para a música.
“Minha mãe ficou bem cabreira. Não contei direito para ela antes de fazer o filme. Apenas fiz tudo e mandei o resultado. Ela se assustou porque é novidade na cabeça dela, mas acho que ela está se amarrando com a ideia. Vai chegar o dia em que ela vai querer rever", disse Ana, que defende que todo mundo é livre para amar do jeito que quiser.
As duas venceram o desafio de atuar profissionalmente pela primeira vez. "Tive zero experiência. Fui uma árvore na escola, exatamente uma bananeira. Gostei mais das musicais, porque é o que a gente sabe fazer. O resto foi tudo muito difícil”, afirma Ana.
"Quando pensamos em fazer o filme, nós só dissemos sim e não pensamos na parte de atuar. Tive alguma experiência antes, mas nunca como um trabalho de fato", disse Vitória.
A ideia do filme partiu do empresário delas, Felipe Simas, que também trabalha com Tiago Iorc. Simas narrou um pouco de sua convivência na estrada com as duas a Matheus Souza, de "Apenas o Fim" (2009) e "Tamo Junto" (20116), que escreveu o roteiro e dirigiu o longa.
Com diálogo divertidos, unidos ao carisma das artistas, o filme é leve e engraçado: um retrato de como a juventude dos 20 e poucos anos encara a vida. "Acho que o mais real do filme é sobre como a nossa história se deu, mesmo que tenha alguns pequenos eventos diferentes", conta Vitória.
O roteiro foi construído a partir de muitas outras referências e histórias. Para Ana, o roteirista escreveu bastante em cima da convivência que ele teve com elas durante a preparação para o filme e as músicas inéditas ajudaram a costurar as cenas. "As músicas nasceram desde a época do primeiro disco e, quando surgiu a ideia do filme, já pensamos que a trilha dele deveria ser de músicas nossas para casar a atuação com a profissão. Mandei todas as letras para Mateus, que montou o roteiro em cima dessas letras."
O longa-metragem ainda retrata a relação dos jovens com a tecnologia. Na maioria das cenas, os atores estão no Instagram ou checando email ou trocando mensagens "Nossa geração é assim. No meio de uma festa está todo mundo olhando o celular. É uma coisa que a gente critica, mas faz. É como tomar refrigerante. Você sabe que é uma porcaria cheia de sódio e açúcar, mas não resiste", diz Vitória.
JOVENS SÃO FÃS DE RITA LEE
Ana e Vitória foram colegas de escola em Araguaína (TO), mas viram os seus destinos se cruzarem mais tarde. "A gente era amiga superficial, de dar um ‘oi’ na escola. Tivemos mais contato quando já morávamos distante uma da outra. Viramos amigas irmãs no meio dessa loucura, quando Ana largou a faculdade de medicina para a gente cantar. É muito bom fazer descobertas perto de alguém que conhece o mundo como você", disse Vitória.
Desde o início da carreira, as cantoras estão morando em São Paulo. "Nunca liguei de morar longe do meu estado, porque sempre fui desprendida. Cheguei a São Paulo e foi duro ver que é cada um por si e todo mundo andando correndo. Agora, quando volto a Araguaína, até sinto falta do som das ambulâncias", lembra Ana.
Já Vitória mata toda a sua vontade de ir ao cinema. "Lá [ Araguaína] não tinha sala, né? Então, vivo dentro de cinema aqui. Acho que nós duas aproveitamos mais é essa agitação cultural mesmo."
Fãs de Rita Lee, elas dizem que não defendem um único gênero musical, mas se identificam com o pop rural, com letras doces em sons que se encaixam na voz e violão. E têm o sonho de conhecer a artista. "Acho que ela nem sabe quem é a gente, mas quem sabe um lagarto invade o quarto dela e pede para ouvir nosso disco”, brinca Vitória.
Para elas, a geração jovem não tem rótulos. "Meu pai era punk e os amigos dele só ouviam isso. Mas hoje, a gente é apresentada a músicas em casa, mas descobre todo o resto na internet”, defende Vitória.
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