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Cinema e Séries
Descrição de chapéu Filmes

Dira Paes, Antonio Pitanga e Alice Braga pedem urgência na volta da cota de tela

Assunto dominou as rodinhas de conversa entre os atores, diretores e produtores em noite de premiação do cinema nacional

Filmes brasileiros são exibidos em horários antes das 16h e muitas salas de cinema ficam vazias - Folhapress Adriano Vizoni
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Rio de Janeiro

São oito meses de espera e a classe artística continua na expectativa para que seja retomada a obrigatoriedade da cota de tela, que prevê um percentual mínimo de filmes nacionais exibidos nas salas de cinemas. Suspensa há quase dois anos, a medida tem sido exigida não só pelos atores como os diretores das produções brasileiras.

Além da ocupação quase que massiva dos filmes de Hollywood, praticamente todos os filmes nacionais —inclusive os mais comerciais— são exibidos nas sessões anteriores às das quatro da tarde, horário em que os cinemas ficam mais vazios. Segundo dados da Ancine, a Agência Nacional de Cinema, vinculada ao Ministério da Cultura, em 2021, a participação na venda de ingressos para filmes brasileiros caiu de 13% para 1,8%. Em 2022, a participação foi de cerca de 4,2%. Números que desanimam as produções.

Durante o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, evento realizado na noite desta quarta-feira (23), no Rio, o assunto foi um dos mais comentados. Urgência e pressão eram as duas palavras mais ouvidas nas rodinhas de conversas entre os atores, diretores e produtores.

"Estamos lutando pela institucionalização dessa cota, que por direito nós temos, o mais rápido possível. Estamos pressionando e temos pressa, sim", comentou Dira Paes.

A morosidade em resolver a questão irrita Antônio Pitanga. Uma das figuras emblemáticas do Cinema Novo, o ator reclamou: "O Brasil é o país das leis que não são cumpridas. O que mais me entristece é que se discute daqui, se discute de lá, e não se resolve nada", lamentou.

Secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro no governo de Eduardo Paes, Marcelo Calero é autor de um projeto de lei de 2021 (quando era deputado federal), que torna obrigatória a adoção da cota de telas até 2031. "Acho que em meados de setembro esse projeto de lei volta à Câmara para ser votado. O arcabouço fiscal [novo regime para as contas públicas do país] passou e não há mais razão nem explicação para a demora de uma definição".

"Se não tiver essa medida de cota de tela, não tem como disputar o mercado com os filmes americanos. Impossível", reclamou Alice Braga.

Conhecida por atuar tanto no mercado nacional como internacional, a atriz comentou ser essencial para a sobrevivência das produções brasileiras não só fazer cinema, mas, exibir o que é feito para o público. "Existe um movimento da classe e nós estamos pressionando e cobrando porque é a nossa cultura. Um país sem cultura não é nada".

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