'A Roleta da Morte': Manolo Cardona estreia na direção com filme claustrofóbico e tenso
Ator, conhecido por 'Quem Matou Sara?', também protagoniza o longa filmado no México
Mais do que um ator versátil, Manolo Cardona quer se provar como um diretor competente. Conhecido no Brasil por atuar nas séries "Quem Matou Sara?" e "Narcos" (ambas da Netflix), o colombiano faz sua estreia na direção em "A Roleta da Morte", longa-metragem que estreia no serviço de streaming Paramount+ nesta sexta-feira (5).
Como indica o nome, o espectador não encontrará paz e tranquilidade ao longo do filme. Logo no início, sete pessoas aleatórias acordam com os braços e pernas amarrados em uma mansão totalmente trancada, diante de um oceano. Sem entenderem o porquê de estarem ali, eles são surpreendidos por um sistema de voz indicando as regras que devem seguir se quiserem sair dali vivos.
"A primeira é que vocês terão que escolher um entre vocês para morrer. A regra número dois: o escolhido deve estar de acordo com a própria morte. A terceira: ninguém pode se oferecer a si mesmo", informa a narração enigmática, indicando ainda que eles têm apenas uma hora para chegar a uma decisão.
A partir desse momento, o espectador se vê espelhado na claustrofobia que os personagens parecem viver, em meio a negociações e ao desenvolvimento das histórias de vida de cada um dos reféns. Em entrevista ao F5, por videoconferência, Manolo Cardona reforça que essa sensação de encerramento foi proposital.
"Queríamos que as pessoas dali nos levassem aos extremos, tanto para o bem como para o mal", afirma. "Como precisava chegar nessa condição humana de necessidade máxima de sobrevivência, os personagens vivem essa paranoia que foi necessária para segurar todo o filme. O roteiro original [baseado em uma ideia de Frank Ariza] ajudou muito nisso."
SEX SYMBOL
Além de dirigir "A Roleta da Morte", Cardona atua como Pablo Vega, um dos enclausurados do grande vilão da produção. Desde o início da trama, assim como Alex (seu personagem em "Quem Matou Sara?"), ele parece ter o controle da situação e até bebe um copo d'água disponível no ambiente. "Você tem certeza que beberá isso?", questiona uma refém. "Se quisessem nos matar, já teriam feito isso", rebate Pablo.
No projeto, o colombiano experimenta ângulos e mudanças drásticas de câmera, que casam bem com a intensidade da trama proposta. "Essa vontade de dirigir estava comigo fazia tempo, dirigi um curta com meu irmão e amei. Estava apenas em busca de uma história que eu queria contar, e agora deu certo", comemora.
Apesar de se mostrar um diretor habilidoso, o artista não escapa de também ser notado como um galã em cena. Considerado um "sex symbol latino", título que ganhou do jornal colombiano El Mundo, Cardona trata os elogios a sua beleza com carinho, mas diz que não se importa muito com eles.
"Tive muitas influências em minha carreira como ator, e como as pessoas me catalogam... tanto faz. Respeito muito o que dizem por aí. Só quero seguir no caminho de quem me inspira criatividade", garante ele, citando nomes como Daniel Day-Lewis e Klaus Kinski como referências.
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